sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Aqui jaz a igreja moderna... #2




"O dia em que o cristianismo se encontrou com o Imperador" ou "o dia em que o estado se "converteu'", e ainda "o dia em que política e religião começaram a passear juntas".

Com essas frases quero me referir justamente ao tempo do império romano, em especial aquela época em que Constantino estava no poder. Com certeza esse nome não lhe é estranho. E com mais certeza posso lhe afirmar que você ao lê-lo já puxa em sua memória uma série de associações preconceituosas. Não se sinta culpado, a culpa é dos oradores que muito remexem com adaptações essa história.

O imperador se converteu. Ou não, porque na verdade o imperador não se tornou um cristão como os costumes cristãos da época exigiam. Embora também seja errado afirmar que ele se inclinou ao cristianismo por ganância ou "segundas intenções", afinal os ditos cristãos não tinham o que oferecer. Pelo homem que era e pelo zelo religioso que se exigia, os costumes da época, das pessoas. Afirma-se que ele realmente cria no poder de Jesus. Porém, isso não significa como já disse que ele deixou tudo por uma conversão. Explicar todos os pormenores desse tempo não é bem o que pretendo.

O que quero é chamar a atenção para um feito que foi diretamente influenciado pelo fato do imperador ter sido "convertido" ao cristianismo.

Com o fim das perseguições aos cristãos foram surgindo muitas vertentes da interpretação do próprio credo (veja as inclinações arianas e os fatos do concílio de Nicéia a fundo), todavia não quero e nem posso com profundidade falar de um assunto tão intenso. Quero apenas fazer um tópico na seguinte questão: as mudanças no culto cristão.

Antes dessa época os cristãos se reuniam em casas e mantinham suas tradições através de suas práticas de vida (os que insistiram nisso viram a necessidade de se afastar das cidades e voltar aos desertos). Porém, agora com a nova ordem no terceiro século, a simplicidade do culto cristão e sua singularidade foram subjugadas pelos rituais que foram sendo inseridos nos novos lugares específicos de culto. Itens imperiais foram sendo implantados nos lugares e no próprio ritual de culto, por exemplo:

Incenso, que até então era sinal de culto ao imperador.
Os ministros começaram a usar vestimentas ornamentadas em sinal de respeito ao lugar.
Assim também sinais de respeito ao imperador foram inseridos no culto. Além disso, apareceu o costume de iniciar o culto com uma procissão e mais tarde os coros.
Os grandes prédios e basílicas foram construídos e uma necessidade de ostentação de um lugar foi o ar geral. A igreja podia até possuir seus costumes tradicionais, todavia novas roupagens foram dando direções diferentes das que tinham os antigos cristãos.

Agora, esse não foi o principal aspecto tenso dessa época. Sempre houve, na história da igreja, controvérsia sobre a forma de se interpretar alguns temas. Só que com as perseguições os cristãos não tinham tanto tempo assim para se dedicarem a prosseguir o assunto.

Constantino agora estava interessado que a igreja fosse "a base, cimento, do seu império" e por isso começou a se envolver muito enfaticamente no propósito de se resolver as desavenças teológicas. A intenção era boa, mas a forma (para variar) não é tão boa assim. Como transcreve o blog em que encontrei uma sinopse dessa época (veja aqui):

"Mas o perigo estava em que, em vez de permitir que a verdade surgisse de um debate teológico e da autoridade das Escrituras, muitos governantes tentaram simplificar este processo simplesmente decidindo que este ou aquele partido estava errado, ordenando-lhe que se calasse. O resultado foi que em muitos casos os contendentes, em vez de tentar convencer seus opositores, ou o restante da igreja, tentavam convencer o imperador.
Em pouco tempo o debate teológico desceu ao nível da intriga política. "

Vamos dar uma pausa. Não tome suas conclusões. A história é muito interessante ainda. E para se ter uma noção dos verdadeiros caminhos que temos como cristãos a partir desse século, precisamos ter muita calma ao olhar para o passado. Não deixarei dessa vez as indagações até o próximo post, só peço que o Espírito Santo nos guie pela verdade, até a verdade. Nos vemos em breve, boa noite.

Gostou dá um like, comente abaixo ou no email: fiodarabiola@gmail.com

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

críticos, depois céticos e, por último, cínicos.

Post retirado do Site do Pr. Olgálvaro, vale muito a pena ler...muito mesmo.
(Para ler na Fonte Original)

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Recentemente assisti na Globo News o Programa Entre Aspas e fiquei muito surpreso com o tema abordado.
O programa tratou sobre uma pesquisa de credibilidade das instituições brasileiras.
Esta é a manchete do site do programa:

Igrejas dão salto no ranking brasileiro de confiança

As Forças Armadas são a instituição mais confiável no país.Em um levantamento trimestral feito pela FGV-SP, que faz um ranking das instituições mais confiáveis do país, as igrejas passaram de 7º para 2º lugar.
As Forças Armadas lideram a lista. Ainda segundo a pesquisa, os partidos políticos, o Congresso Nacional, a polícia e o Judiciário estão entre as instituições menos confiáveis do Brasil.
Como explicar o avanço dos religiosos? E o que fazer para melhorar a imagem das instituições políticas e sociais desacreditadas pelos brasileiros? Para falar sobre o assunto, Mônica Waldvogel recebe a professora de Direito da FGV-SP Luciana Gross Cunha e o historiador da Unicamp Leandro Karnal.
http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1631007-17665-309,00.html#

O programa mostrou uma realidade que a maioria de nós não creríamos se ouvida de alguns de nós, líderes de igrejas.

Vivemos em dias de profunda carência de caráter no meio "cristão evangélico" e, por causa desta percepção, corremos o risco de não enxergarmos o que Deus está fazendo.

Estou convicto que temos nos deixado influenciar pela Mídia Evangélica que tem evidenciado os abusos do poder, os vários papas que se auto postulam hoje, os equívocos eclesiológicos e a exploração financeira por parte de líderes solitários e corruptos.

E, na maioria das vezes, baseamo-nos no que vemos na TV: um grupo de igrejas e líderes que definitivamente não representa os milhares de pastores e igrejas espalhados por nossa nação. Gente que ama  Jesus Cristo e que está dando sua vida para fazer Cristo conhecido em nossa nação.
Estou convicto que temos muito mais pastores de caráter do que os canalhas que, muitas vezes, fazem-se mais conhecidos que este exército de homens e mulheres fiéis que não conhecemos.

Se deixarmos que este veneno entre em nossas vidas, deixaremos de ser profetas para nos tornarmos críticos, depois céticos e, por último, cínicos.

É  tempo de falar das coisas boas, de exortar usando o ponto positivo, mostrar a promessa, a bondade de Deus e o privilégio e o caminho mais excelente que é servir a Cristo. Muito mais que apenas mostrar o pecado ou as faltas e falhas, é tempo de falar do que Cristo é e do que já somos Nele ao invés de falar do que ainda não parece ser.

Então, está na hora de crer que Jesus é o Senhor da Igreja, que Ele vai limpar toda sujeira, que o juízo pertence a Ele. Dele ninguém zomba.

E o que cabe a nós?

Clamarmos por misericórdia, pois todos estamos sujeitos a erros e falhas. Já vimos na história bíblica e da igreja homens e mulheres melhores que nós sucumbirem a corrupção, a imoralidade e a vaidade.

Por isto, precisamos de amigos, de companheiros de jornada, para lembrar-nos de quem de fato somos e da nossa total necessidade do Espírito Santo e uns dos outros.

A sociedade está olhando para a igreja em busca de respostas, de uma possibilidade de encontrar o que as organizações dos homens não foram capazes de demonstrar: vida genuína e verdadeira. Estão olhando para a igreja, para o  Divino, como um caminho de salvação para a família, o trabalho e a nação.

Portanto, que sejamos de fato Sal da terra e Luz do mundo, revelando em nossas ações Cristo e somente Cristo.

Pois, Cristo em nós, a esperança da Glória.

Olgálvaro Bastos

domingo, 19 de dezembro de 2010

A rua do meio

 
A cidade era iluminada
como se fosse o próprio sol
nenhuma lâmpada fazia esforço maior
que o extremamente necessário

Uma rua dividia essa cidade de
uma outra cidade sem luz onde tudo ficava escuro
as pessoas eram boas e más, todavia precisavam
tatear o caminho para se locomoverem

A rua era apelidada de rua do meio
salvo alguns mendigos que dormiam nela
somente uns engraçadinhos de uma ou outra cidade
ousavam passar um tempo nela

Quem saía da cidade iluminada
sempre ganhava sua própria lanterninha
mas só podia as carregar quem vivia na cidade
A rua do meio não tinha tomadas e nem a cidade escura carregadores

Uma menina foi morar na rua do meio
compadecida da dificuldade da cidade escura
entrava lá com a lanterna para ajudar um ou outro voltar pra casa

As pilhas na escuridão gastavam mais rápido
A menina sempre tinha que voltar para a rua na escuridão
Ela não tinha medo do breu
Tinha medo era de não voltar da cidade da luz
Sempre impediam as pessoas de sair de lá


A mercê, assim ficava a menina na rua do meio
sem proteção com sua lanterninha ou a meia luz que refletia da cidade
esperando sempre um medroso traficante de carregadores que
visitava a rua para ajudar os rebeldes que insistiram em ficar lá..

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Aqui jaz a igreja moderna... #1



"[...] está próxima a hora em que vocês não adorarão ao Pai nem neste monte, nem em Jerusalém."

Essa é uma das frases ditas por Jesus a uma mulher de uma cidade chamada Sicar. Em uma tentativa, bem sucedida, de libertá-la da religião. Indo para a Galiléia (região de Israel) o grupo de discípulos saiu para comprar alimento enquanto o Mestre se sentava para descançar em um poço de água. Nesse intervalo em que Jesus ficou só, saiu uma mulher da cidade para buscar água. No diálogo que sucedeu entre os dois quando se encontraram, uma coisa é interessante destacar: ele falava do Pai, do Reino e do que poderia fazer a ela; essa já falava da diferença de credo entre os dois.

A religião divide as pessoas. Entendendo religião como prática espiritual qualquer que é feita na época de hoje, sim ela separa indivíduos. Não preciso escrever sobre isso, afinal já é conscenção popular "religião, mulher e futebol não se discute". E por que não? Porque sempre dá briga!

Jesus falou para a mulher que nem os judeus nem eles tinham o real lugar de adoração, ou seja, aquele lugar que deveria ser o único para se conectar com Deus. Jesus disse logo em seguida que o Pai procura a verdadeira adoração em pessoas de coração e intenção verdadeira.

E isto foi feito. Jesus, como cremos, foi para a cruz e morreu reunindo os filhos de Deus novamente em um único caminho para o Criador. Com o passar do tempo os chamados cristãos, nome dado a um grupo de seguidores que estavam em Antioguia, começaram a se multiplicar pelas regiões ao redor de Israel.

Porém, naquele início se vivia um período de grande maldade, o império romano era impiedoso e quem escolhia um caminho que não o do imperador estava realmente encrencado.

Esses seguidores de Jesus precisam estar juntos e preparados, assim nasceu as primeiras igrejas, reuniões em lugares escondidos a fim de juntos manterem e exercerem o convívio da fé cristã. Porque a fé e adoração podiam ser vividas em qualquer lugar. Mas eles se entendiam como corpo, precisam ficar juntos para crescer e se manterem vivos.

Ao contrário do que se pensa o consenso popular essa primeira geração de cristãos não viveram os "melhores tempos". E não digo pelas perseguições que o Império Romano lhe sobreveio, mas sim pela diversidade de interpretação e aplicação da própria religião entre eles. Helenistas ou puristas. Gregos ou judeus. Na verdade o que Roma fazia era uma grande sopa ecumênica pelos territórios alcançados. Como os cristãos se viam contra isso por acreditarem em um Deus Único, se viraram contra toda e qualquer expressão daquela sociedade, taxando tudo como uma grande mística. Até o século III, entre as perseguições do Império, a grande agonia se dava pelo fato da sociedade taxar esses religiosos de abomináveis e incultos. A apologética surgiu e grandes intelectuais surgiram na Igreja.

O que viria depois? Bom a história é interessante e muito se aprofunda, se contradiz, se torna herege e se purifica...

Vale escrever partes, assim posso estudar a fundo o pensamento que desejo transmitir e ainda me colocar a mercê das letras para até estar errado e podermos conversamos sobre a verdade.

Todavia, na história que assim se segue... Me fica um pensamento para ver se condiz com o restante.

Se a Igreja é o Corpo de Cristo, guiada pelo Espírito na Terra. Ela permanece. E assim tem acontecido. Agora porque a história não foi a mesma? Porque precisou de tantas heresias, guerras, mortes, reconciliações, reformas e voltas à essência? Ela não deveria ser sem mácula (manchas, falhas) como a Bíblia prediz? Será que o povo escolhido, assim como os hebreus, tantas vezes tomaram as rédeas se meteram em encrencas precisando da misericórdia de Deus? Se isso é verdade, os movimentos eclesiásticos, tão diversos, não seriam sempre fadados ao declínio? Somente um mover do Espírito Santo permaneceria. Se os demais vem e vão e mudam com o tempo, não são eles tão humanos quanto as Cruzadas? Por fim, dependendo das respostas não podemos prever o declínio do modelo atual também?

Que o Espírito nos guie por toda a verdade... Pausa por hoje, examinaremos o restante durante a semana. Uma boa noite.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Escrevo porque gosto de escrever

Sou apaixonado pelas letras, adoro compor as palavras com uma sutileza que acho ser quase "bom". Todavia, cada mensagem para ser entendida ou não ser entendida me satisfaz como um poeta amador construindo sua obra prima.

Sabendo que faço tão mau uso das palavras, insisto em tentar fazer do "escrever" um dom. Me sinto lisonjeado com cada view no blog que com tanta paciência insiste em ver se estou progredindo. E peço perdão por tantas vezes escrever coisas tão sem sentido ou desabafos tão rídiculos que fazem você clicar no "X" do canto superior direito me xingando.


Porém, adoro escrever. E vou fazer isso sempre.

Vou filmar, interpretar, encenar, dançar, clown e malabares, contracenar, contar histórias e ESCREVER.

Escreverei indiretas, diretas e obscuras frases. E isso que me faz vivo, ser um vírus. Ser um peregrino. Uma bexiga vazia, um pneu murcho, copo sem conteúdo, carcaça de carro, armário sem roupa, absolutamente tudo que é vazio simboliza alguém que se esvaziou, quem se esvazia se torna ninguém e quem assim se torna fica leve o suficiente para começar a caminhada rumo a Cidade Celestial.

Peregrino!

Não julgo ter encontrado nada, mas continuarei procurando.

Um bom som para vocês.



p.s: Fim de semana tem post...daqueles...\o

domingo, 5 de dezembro de 2010

FioTV - Comunicado



Boa noite galera,



      Venho aqui explicar o motivo dos videos do projeto piloto terem saído do ar. Em primeiro lugar, por pedido do próprio entrevistado que ao vincular sua imagem encontrou dificuldades no seu meio de convívio religioso e, em segundo lugar, por que nossa vinheta está sendo feita e queremos postar os próximos vídeos com todo um contexto de edição. Agradeço a todos que mandaram seus emails, estamos pensando em quem convidar para poder discutirmos os assuntos sugeridos.



Muito obrigado e nos vemos em breve.




Equipe FioTv.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dia do Evangélico #fail

Só para não dizer que não toquei no assunto...


Jesus veio a terra, fez tudo o que fez, ensinou tudo que tinha que ensinar. Aqueles que dizem segui-lo não se preocupam em dizer:

— Olha apesar do natal celebrar o nascimento dele, por conta do comércio isso foi deixado para trás. E como celebramos tantos santos e divindades. Devemos lutar por um feriado que carregue o nome de "Dia de Jesus".

Isso seria nobre, um dia de devoção onde as pessoas não trabalhassem por conta que aquele dia ia funcionar como uma espécie de "ações de graças" como se faz no EUA. Todos independente de religião ia ter motivos para se alegrar com o ensino de amor desse grande Mestre.

Agora, não. Querem levantar um dia para celebrar a religiosidade evangélica. O clã se regozija e acha que deve ser culturalmente afirmado. Eles querem coisas que são altamente diferentes do que Jesus disse. É triste. Um dos grandes marcos que a igreja protestante evangélica se perdeu é o dia do evangélico. Não se precisa de um dia para dizer que você é evangélico, você nem precisa ser crente. Jesus não veio para dividir, ou escolher um novo povo. Ele veio para todos e não para os que freqüentam igrejas e dizem ser uma nova geração. Meu Pai, me pergunto até quando esse povo exaltará a bíblia ao invés de lê-la. Lamentável.