domingo, 4 de novembro de 2012

Série: Comentando o Sábio Mulherengo - #3

NeilsPhotography by Flickr

E assim caminha a humanidade, em passos de formiga e sem vontade. Já disse o poeta Lulu Santos. Essa vida nos atrapalha e é tanto cotidiano para um pessoa só que fiquei atrasado aqui. Façamos de conta que não estou, e seguiremos:

Eis os textos do velho mulherengo:

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.
Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?
Tenho visto o trabalho que Deus deu aos filhos dos homens, para com ele os exercitar.
Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim.
Já tenho entendido que não há coisa melhor para eles do que alegrar-se e fazer bem na sua vida;
E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus.
Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele.
O que é, já foi; e o que há de ser, também já foi; e Deus pede conta do que passou.
Vi mais debaixo do sol que no lugar do juízo havia impiedade, e no lugar da justiça havia iniqüidade.
Eu disse no meu coração: Deus julgará o justo e o ímpio; porque há um tempo para todo o propósito e para toda a obra.
Disse eu no meu coração, quanto a condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são em si mesmos como os animais.
Porque o que sucede aos filhos dos homens, isso mesmo também sucede aos animais, e lhes sucede a mesma coisa; como morre um, assim morre o outro; e todos têm o mesmo fôlego, e a vantagem dos homens sobre os animais não é nenhuma, porque todos são vaidade.
Todos vão para um lugar; todos foram feitos do pó, e todos voltarão ao pó.
Quem sabe que o fôlego do homem vai para cima, e que o fôlego dos animais vai para baixo da terra?
Assim que tenho visto que não há coisa melhor do que alegrar-se o homem nas suas obras, porque essa é a sua porção; pois quem o fará voltar para ver o que será depois dele?
Eclesiastes 3:1-22
Engraçado, anteriormente, o velho se embate em um pensamento sobre a validade de seu esforço, se perde no pensar que o acumulo de coisas é puro desperdício de esforço, pois provavelmente outro se beneficiará disso. Se pergunta do injusto e percebe que tolo ou sábio, ambos, passaram pelo mesmo fim. E ao pensar se Deus faria distinção sobre ambos ele chega na conclusão das etapas da vida.
Tudo tem seu tempo. Tempo disso ou daquilo. E sua pergunta prevalece... "que proveito há?". Não há nada melhor do que a cada pessoa ser concedido o prazer de provar do seu trabalho. Isso é o presente de Deus, desfrutar do próprio trabalho em vida. Porém, entre esses ensinos o velho disse uma frase, que particularmente eu gosto muito: "Tudo fez formoso em seu tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa descobrir a obra que Deus fez desde o princípio até ao fim". Ele diz que Deus colocou o mundo, em outras versões diz que colocou a eternidade, ou o desejo da eternidade. Sem que houvesse tempo ou possibilidade de compreensão para nós entendermos a obra de Deus. Fico pensando nisso, quem sabe essa frase faça nascer um post no futuro. Continuemos por hora...

Parece que o velho começa a compreender algo apesar de que o que mais o inquieta ainda fica vago. Os justos e injustos, justiça e injustiça. Ele quer acreditar que a morte sentencia igualdade a todos. Igualdade entre humanos e até equiparação com os animais. Todos morrem. Mas, essa definição de viver e alegrar-se de seu esforço em vida é o que interessa e, a injustiça de deixar o injusto para ser justificado só na morte, isso não foi respondido, provavelmente custou outra noite de sono ao velho e nos custará ainda outro post para ver onde esses seus pensamentos foram.