terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Música Secular - Por Bráulia Ribeiro

Texto muito interessante que encontrei no site da Jocum:

____

Sobre música do mundo, e música do (sub, sobre, extra, fora, ex, pàra, outro??) mundo



Conheci pessoalmente o Don Richardson, missionário na Papua Nova Guiné, autor do best seller “O Totem da Paz” entre outros livros, amigo, homem humilde e que honra o trabalho que nós brasileiros fazemos entre os índios do Brasil. Numa entrevista particular uma vez, meu marido lhe perguntou: Se voce tivesse de começar de novo, o que faria de diferente no seu ministério entre os sawis? Uma pergunta delicada, na verdade um eufemismo para: - “qual foi o grande erro que você cometeu e que não repetiria se tivesse uma nova oportunidade?”
Ele pensou, pensou, o que é um bom sinal... E finalmente disse: - Duas coisas; primeiro eu não teria traduzido corinhos da igreja Indonésia para a igreja Sawi, e o segundo teria usado dramas ao invés de pregação falada para ensinar o evangelho...



Pode parecer pouco para os não iniciados, mas para nós antropo-etno-linguo-teo-missionários foi a admissão de um grande erro. Ele estava dizendo que teria introduzido o evangelho numa forma cultural sawi e não na forma estrangeira... A maneira de cultuar, a maneira de pregar usada pelos sawis que são quase que 70% cristãos, é estrangeira, eles louvam indonesiamente, talvez até saibam cantar: ...”sim Deus é bom”... na sua própria língua.



Vamos sempre a cultos missionários, tristes a meu ver, quando se canta “yes God is good”, sim Deus é bom e por aí afora em muitas línguas, crendo-se que o grande propósito de Deus para o universo humano é formar na terra uma imensa e uniforme igreja evangélica.



O erro que Don cometeu, também cometeram os que primeiro nos pregaram o evangelho, e também continuamos cometendo nós líderes cristãos do Brasil de hoje. No último encontro nacional de JOCUM que se crê vanguarda e as vezes é perseguida por ser mesmo vanguarda em alguns aspectos, na frente de quase mil jovens, liderando uma reunião pedi que a equipe de louvor tocasse “Velha Infância” dos Tribalistas para louvarmos a Deus com intimidade. Ao mesmo tempo em que a música trouxe um espírito doce e especialmente terno para toda a platéia, encheu a boca e o coração dos jovens presentes de alegria, muitas pessoas se escandalizaram, e o líder do louvor teve que enfrentar muitas caras feias até o último dia...



Gosto de tocar “Um índio” de Caetano Veloso quando prego em congressos, e Maria Maria, do Milton que considero músicas essenciais no entendimento de nossa identidade brasileira. Infelizmente nosso Jesus evangélico não é brasileiro. Ele é internacional, e por internacional leia-se americano-europeu do norte. Este Jesus fala inglês, louva medievalmente para algumas denominações e hosana-music-vineyard-mente para outras. Mas como um religioso fariseu, coloca-se sempre à parte da cultura, acima dela, desprezando-a completamente ao invés de restaurá-la, redimí-la, legitimá-la, comunicando-se com ela. Este Jesus fariseu-evangélico ora pelas praças usando shofares se proclamando santo e desprezando tudo e todos ao seu redor. Fala num jargão de gueto cultural, e se comunica apenas com seus “iniciados” e sua mensagem é obsoleta e irrelevante para a população em geral.



Um dia numa conferência ouvi um pastor repreender em nome de Jesus “a cultura africana de nosso meio”. Coisa triste. Não me admira que na Bahia cresça tanto o número de negros que buscam sua legitimação étnica no Candomblé. Formas culturais, danças, músicas ritmos, não são pecadoras ou santas em sua essência. São formas, vasilhas, caixas na qual se depositam as bençãos de Deus, ou maldições... Na mesma conferência me deram vinte minutos para dizer algo, e num acesso de loucura pintei a cara de índia e disse que ainda veria o mesmo povo louvando ao som de centenas de tambores baianos numa timbalada poderosa e santa. Queixos se deslocaram do lugar, cabelos se arrepiaram de horror, mas inúmeras pessoas se sentiram “misteriosamente” livres para amarem quem são suas músicas, suas danças, curtirem MPB e dançarem danças africanas em homenagem ao Deus que criou todos os povos.



Baby do Brasil a cantora, há um tempo atrás, numa conferência me disse que viu o Espírito de Deus de maneira maravilhosa ungir a música “Brasileirinho” e centenas de pastores dançarem ao som do chorinho símbolo do Brasil... É o fim dos tempos? Será que estes pastores se “secularizaram” de maneira perigosa? Ou será que a revelação de que Deus nos ama a nós brasileiros como somos em todas as nossas manifestações culturais está chegando ao Brasil?



Fico com a última opção. Deus é amor, não é fariseu, exclusivista, preconceituoso, racista. E além de tudo, só nós ainda não sabemos, Deus é brasileiro.



Texto retirado do site: http://www.df.ywambrazil.org/content/view/33/30/lang,brazilian_portuguese/

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Perdoa-me


Sinto tua presença mais não posso vê-lo
Sinto sua misericórdia por isso estou aqui

Senhor, perdoe-me pelos erros cometidos
Perdoe-me pelo irmão que pediu pelo pão e não dei de comer
Perdoe-me pelo caminho que tu traçastes e eu desviei
Perdoe-me pelos momentos de agora porque talvez amanhã
eu não possa pedir-lhe perdão.


Perdoa-me - Raquel Lopes



Essa música quis compartilhar aqui, é de uma cantora chamada Raquel Lopes, www.raquellopes.com, e simplismente eu amo. Uma oração que gosto sempre de fazer. Boa semana. XD

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Arte de ser Ninguém

“Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo DEUS, não considerou que o ser igual a DEUS era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.” Filipenses 2.6-7 NVI

Somos como um balão.
Enchendo. Enchendo. Enchendo. Até um ponto em que a dimensão do balão não suporta mais a quantidade de ar que está sendo inserida. Bom não precisa falar o que acontece ao balão se não parar de encher, não é?!

Muitas vezes começamos a nos encher.
Ideais. Revoltas. Mágoas. Sonhos. Idéias. Conceitos. Opiniões. Doutrinas. Dogmas. Interpretações. Vontades. E outras coisas.

De repente nos sobrevém um sentimento. Estamos cheios, cabeça cheia. Não conseguimos nos expressar, ser entendidos. E toda vez que falamos daquilo que nos preenche, o falar se torna um desabafo que por sua vez é um grito do nosso espírito, aonde na maioria das vezes por ser tão inquietante os demais também não compreende.

Respire fundo. Respire de novo.
Algo aconteceu! Para você se encher de ar novo você precisou expelir o ar velho dos pulmões. Tente de novo. Mais uma vez. Notou?

Esse é o sentimento que houve em Cristo, para se encher do Espírito e guiar a humanidade Ele precisou esvaziar-se de quem Ele já era para se encher novamente.

Se esvaziou até que ponto? Até se torna um servo, o interessante que as versões protestantes da Bíblia trazem sempre um português adaptado ao modo de entender moderno, as versões católicas sem adaptações trazem o português mais próximo do original possível, e diz assim:

“7 mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens.”


Assumindo a forma de escravo. Quem era um escravo? Um objeto de troca e venda, não tinha vontades, opiniões, interesses, sonhos, absolutamente nada. Um nada. Um ninguém.

Interessante que a Bíblia nos sugere: Tende o mesmo sentimento. Se esvazie de tudo que diz respeito a você, se esvazie até entender que você é um ninguém. Aí sim você estará pronto para ser cheio do ESPÍRITO SANTO, e ser um alguém na plena dispensação da graça DELE. Quando isso acontecer sua vida se tornará tão leve que voar será uma sensação constante dentro do seu espírito. Quando você se expressar ELE que se expressará, quando você sonhar ELE sonhará com você, quando você quiser inspirar alguém ELE que inspirará, quando você quiser perdoar alguém ELE que perdoará, quando você quiser viver a expressão máxima da vida abundante ELE que te conduzirá.



Respire fundo. De novo. Mais uma vez.




Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo.