segunda-feira, 30 de abril de 2012

Aos perdedores com amor...

Os livros contam biografias daqueles que venceram, o telejornal fala histórias de quem se superou no trabalho e vive na nova classe média. Nossos heróis sempre deixam tudo para combater o crime. Os milagres dão pauta às ministrações cristãs. Os jovens que vencem, trabalham, sem drogas e boa saúde são os exemplos na boca dos pais. Quem economiza ou ganha na loto é sortudo e planejador. Os ricos são admirados por terem belas coisas. As mulheres bonitas conseguem emprego mais fácil do que as feias. Os magros se encaixam melhor nas poltronas apertadas das companhias de aviação.

Nesse mundo, quem abandonou tudo e se deu bem é quase um deus. No capitalismo, ser egoísta e próspero é um dom. O mundo é para quem abandona seus medos, compadece das pessoas mesmo tendo que morrer de fome. Bem-vindo perdedores! Esse mundo não é para vocês, mas já que tem que viver aqui, copiem-os e sejam melhores.

Todavia, o perdedor se olha no espelho e não tem forças. Porque no mundo dele tem pessoas que nunca venceram mesmo tendo todos atributos e terem feito todo o esforço para se sobressair. Os heróis deles preferiram ficar com suas famílias e seus amores do que viverem dupla personalidade. Os milagres nunca lhe ocorreram, pois os doentes ainda gritam de dor nos hospitais e os acidentados morrem no trânsito. Em sua realidade, muitos jovens usam drogas e se entorpecem para esquecer suas vidas, não há nada saudável por que o tempo dedicado ao trabalho é demasiado. Nunca teve sorte, nunca ganha nada. Planeja, mas, imprevistos acontecem e como dizem: "o pior é infinito". No mundo deles as mulheres bonitas são raras e a vida tornou, fisicamente, as pessoas feias e com expressão cansada. Os magros passam fome e os obesos se humilham ao passar em toda catraca de ônibus a caminho do trabalho.

Em sua realidade são mais demônios do que anjos, são humanitários por que entenderam que precisam colaborar uns com os outros para sobreviverem. O seu dia é o medo e se for muito piedoso sua família passará necessidade também.

O mundo de cá não foi feito para eles. Resta-lhes o céu. Um Deus piedoso. Opa, dizem por aí que Deus ama os que se dedicam e abandonaram ao pecado. Poxa, até o céu lhe tornou difícil. Se nunca venceram, como podem deixar de ser pecadores. Todavia, Jesus veio para os pecadores, embora ele não esteja mais aqui. Se tudo então que lhes resta é Jesus. Poxa, Jesus... cadê você?


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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Série - O Reino dos Céus #4

Jesus comema uma nova fase nas histórias sobre o Reino, veremos hoje uma nova série de exposições e  conteúdo sobre os últimos dias. Bem vindo ao sofá.

#4

Ouvi, ainda, outra parábola: Houve um homem, pai de família, que plantou uma vinha, e circundou-a de um valado, e construiu nela um lagar, e edificou uma torre, e arrendou-a a uns lavradores, e ausentou-se para longe. E, chegando o tempo dos frutos, enviou os seus servos aos lavradores, para receber os seus frutos. E os lavradores, apoderando-se dos servos, feriram um, mataram outro, e apedrejaram outro. Depois enviou outros servos, em maior número do que os primeiros; e eles fizeram-lhes o mesmo. E, por último, enviou-lhes seu filho, dizendo: Terão respeito a meu filho. Mas os lavradores, vendo o filho, disseram entre si: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, e apoderemo-nos da sua herança. E, lançando mão dele, o arrastaram para fora da vinha, e o mataram. Quando, pois, vier o senhor da vinha, que fará àqueles lavradores? Dizem-lhe eles: Dará afrontosa morte aos maus, e arrendará a vinha a outros lavradores, que a seu tempo lhe dêem os frutos. Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, Essa foi posta por cabeça do ângulo; Pelo Senhor foi feito isto, E é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos. Mateus 21:33-43

Todo esse fervor em negar o evangelho por parte de alguns judeus foi enfaticamente criticado por Jesus. Os judeus já viviam tempos díficieis e ainda a religião havia se dissiminado como uma forma de controle e manipulação das massas, talvez uma coincidência com alguns dias de hoje, você deve estar pensando nesse momento.

Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. Mateus 23:13

Jesus mesmo diante dessas coisas nunca se negou a delegar a missão do evangelho e prometer que ele haveria de ser escutado pelos anos que se seguiriam.

E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Mateus 24:14

E sobre o fim, Jesus também expôs a posição do Reino do Céus. Claro, com boas metáforas.

Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco loucas. As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram. Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo, saí-lhe ao encontro. Então todas aquelas virgens se levantaram, e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós, ide antes aos que o vendem, e comprai-o para vós. E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. E depois chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, Senhor, abre-nos. E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir.

Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens. E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois. Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles. Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos. Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.
Mateus 25:1-30

As duas histórias falam do despreparo. A primeira, do despreparo diante de seu próprio caráter e de sua própria vida diante do Reino. A segunda, do despreparo com os demais e as coisas confiadas pelo Pai para fazermos em vida. Afinal, nos últimos dias, Jesus prometeu estar de novo com seus irmãos. No Reino dos Céus:

E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em que o beba novo convosco no reino de meu Pai. Mateus 26:29

Nos demais livros sobre o evangelho de Jesus vemos praticamente as mesmas histórias, contadas com algumas palavras, às vezes, diferente. Ressalvo o livro de João que é extremamente diferente dos demais, inclusive sobre o Reino. Porém, veremos o que cada evangelista expõe de novo.

Vale ressaltar o amor de Jesus pela divulgação do Reino.

Ele, porém, lhes disse: Também é necessário que eu anuncie a outras cidades o evangelho do reino de Deus; porque para isso fui enviado. Lucas 4:43

Lucas traz um fato muito importante, que Jesus disse, sobre o Reino de Deus. Depois do Mestre ter passado por uma cidade chamada Samaria e ter curado 10 leprosos, foi abordado por um grupo de judeus fariseus sobre o quando viria o Reino.

E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós. Lucas 17:20-21

A versão do versículo acima é a Almeida Corrigida e Revisada Fiel, na minha mesa tenho uma outra versão, Almeida 2º Edição Revista e Atualiza, que diz: “porque o Reino de Deus está dentro de vós”, o detalhe importante a se dizer aqui é que o Reino de Deus, naquele momento, já estava na terra. Entre eles, sendo expressado em sua totalidade através de Jesus; e dentro deles, através da pessoa do Espírito Santo. Tamanho patamar que fez com que o Messias revelasse um outro fato a acontecer lá na frente quando estivermos em seu Reino.

E eu vos destino o reino, como meu Pai mo destinou, para que comais e bebais à minha mesa no meu reino, e vos assenteis sobre tronos, julgando as doze tribos de Israel. Lucas 22:29,30

Todavia, como o Reino também se manifesta na terra ainda encontramos a preocupação do Pai com seus filhos aqui.

E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus, que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna. Lucas 18:29-30

As promessas de consolação do Reino também alcançam duas classes de pessoas:
E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Lucas 6:20

Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Mateus 5:10


Agora, rumo ao Livro segundo S. João e nossa derradeira conclusão. Até a próxima sexta.


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terça-feira, 17 de abril de 2012

Série - O Reino de Deus #3


De volta ao nosso estudo, vamos continuar de onde paramos, nas infindáveis discussões dos discípulos sobre quem é bom o suficiente para assentar-se ao lado de Jesus. Vemos que na sequência disso, em seus ensinamentos, o Mestre volta a falar sobre caráter e as características de quem entra no Reino.

Bem vindo ao sofá!

#3

Isso faz Jesus voltar aos ensinamentos do Reino:

E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus. Mateus 18:3

Essa comparação da inocência das crianças como uma característica de caráter para os filhos do reino é mais tarde novamente citada. E para justamente ensinar os díscipulos a serem mais compreensíveis.

Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus. Mateus 19:14

No mesmo contexto, ao ser abordado por um jovem bem rico, Jesus demonstra que o amor às riquezas podem impedir alguém de entrar no Reino dos Céus. Outra característica do próprio reino demonstrada através das características que não podem haver lá.

Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que é difícil entrar um rico no reino dos céus. Mateus 19:23

Seguindo o livro encontramos algumas novas parabólas, um pouco diferente das anteriores, tratando de temas e contextos mais específicos, se podemos isso afirmar.

Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, pai de família, que saiu de madrugada a assalariar trabalhadores para a sua vinha. E, ajustando com os trabalhadores a um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindo perto da hora terceira, viu outros que estavam ociosos na praça, e disse-lhes: Ide vós também para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saindo outra vez, perto da hora sexta e nona, fez o mesmo. E, saindo perto da hora undécima, encontrou outros que estavam ociosos, e perguntou-lhes: Por que estais ociosos todo o dia? Disseram-lhe eles: Porque ninguém nos assalariou. Diz-lhes ele: Ide vós também para a vinha, e recebereis o que for justo. E, aproximando-se a noite, diz o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o jornal, começando pelos derradeiros, até aos primeiros. E, chegando os que tinham ido perto da hora undécima, receberam um dinheiro cada um. Vindo, porém, os primeiros, cuidaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um dinheiro cada um. E, recebendo-o, murmuravam contra o pai de família, dizendo: Estes derradeiros trabalharam só uma hora, e tu os igualaste conosco, que suportamos a fadiga e a calma do dia. Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço agravo; não ajustaste tu comigo um dinheiro? Toma o que é teu, e retira-te; eu quero dar a este derradeiro tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer o que quiser do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? Assim os derradeiros serão primeiros, e os primeiros derradeiros; porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos. Mateus 20:1-16

A igualdade de tratamento, diferentemente dos reinos comuns da terra, o Reino de Deus trata a todos da maneira que convém ser justa e boa. Incrivelmente esse tipo de característica não era assimilada pelos díscipulos que insistiam em permanecer em algumas ideias completamente diferentes dos princípios do Reino.

Então se aproximou dele a mãe dos filhos de Zebedeu, com seus filhos, adorando-o, e fazendo-lhe um pedido. E ele diz-lhe: Que queres? Ela respondeu: Dize que estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino. Mateus 20:20-21

Jesus trabalha cada vez na compreensão deles acerca da pluralidade do Reino. Sendo que muitas vezes os “desprezados pecadores” compreendiam muito mais a grandeza da Graça do evangelho de Jesus.

Mas, que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha. Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi. E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não o crestes, mas os publicanos e as meretrizes o creram; vós, porém, vendo isto, nem depois vos arrependestes para o crer. Mateus 21:28-32

Essas coisas, apesar de passar desapercibidas ao olhos da maioria daqueles judeus, eram tratas com bastante seriedade pelo Messias, que já sabia que toda a mensagem seria, por muitos, desprezada. Porém, não tardou em avisá-los nem das consequencias muito menos dos fatos que se dariam.


Paramos por aqui por hora. As comparações com o Reino tomam outro rumo, mas isso é assunto para sexta-feira.


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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Série - O Reino de Deus #2


Bom dia galera! Voltamos com o estudo e partimos para um dos melhores capítulos que falam, quase em exclusividade, sobre o Reino de Deus. É muito importante destacar entre cada capítulo da série que o Reino de Deus não é igual a um reino com um rei humano e os moldes que estamos acostumados a ver nos filmes e livros de história. Mas, isso faz parte da conclusão. Chegaremos lá. Bem vindo ao sofá.

#2
Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos. Outra parábola lhes disse: O reino dos céus é semelhante ao fermento, que uma mulher toma e introduz em três medidas de farinha, até que tudo esteja levedado. Mateus 13:31-33

Provavelmente, você sinta uma facilidade, em uma primeira vista, em descriptografar as histórias. Vivemos em uma sociedade altamente simbólica e visual, além de carregarmos todo um contexto histórico das histórias cristãs. Claro que não é tão simples, e não foi nem para os díscipulos que estavam acostumados com aqueles exemplos no seu dia a dia. Vemos em Mateus 13:36-43 que eles precisaram de perguntar a Jesus sobre algumas histórias especificamente.

Agora, continuando a exemplificação, Jesus acrescenta mais uma história que desperta, pelos a mim, uma curiosidade maior.

Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Mateus 13:44

Em certo modo, Jesus sempre traz características em seus personagens. Seja profissão ou modo de vida. Essa história não nos revela quem é esse homem, apenas que ele encontra algo valiosíssimo para si, chegando ao ponto de vender tudo, pouco ou muito, o que tem para comprar o campo. Ele não usurpou o tesouro, ele não pagou o preço pelo tesouro, até porque foi por ele mesmo considerado mais valioso do que suas posses. Ele compra o direito de ter para si o tesouro. O que era? Jesus não disse. Que benefícios lhe traz? Não sabemos. Porém, o Reino dos céus é semelhante a isso. Ousaria tentar um definição, provavelmente incompleta, de que é exatamente o desejo incalculável de tê-lo. Ou melhor, que ele provoca um desejo, sem métricas, para se tê-lo. Talvez. Essa história me fascina, gosto de não fechar uma pensamento sobre ela. Bom, continuemos...

Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a. Mateus 13:45-46

Interessante essa nova história contada. Parece, se olharmos desapercebidos, que é tal qual a outra. Mas, dessa vez Jesus não compara o Reino dos Céus ao objeto que desperta a vontade de vender tudo para se tê-lo. O Reino é comparado agora ao homem que faz isso, só que não é qualquer homem, e sim um que estava incubido para fazer isso. Provavelmente, os discípulos tenham compreendido a metáfora para o plano da salvação nessa história só depois dos fatos ocorridos.

Igualmente o reino dos céus é semelhante a uma rede lançada ao mar, e que apanha toda a qualidade de peixes. E, estando cheia, a puxam para a praia; e, assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora. Mateus 13:47-48

A última história da sequencia apresenta o final da narrativa. A mensagem contada pelo Reino, o crescimento dele e nele gerado, o desejo pela sua busca e também pela sua busca de filhos para o Pai e, por fim, a realidade de que muitos se aproximam dele por qualquer outros motivos, menos pelos que deveriam. Esses, infelizmente, um dia serão distanciados do Reino em que estiveram, mas que nunca tiveram em seus corações. O verso 52 do mesmo capítulo encerra colocando que todo escriba/professor ou responsável pela sua divulgação é como um pai que diante de sua família tira de seus pertences coisas novas e coisas antigas.
A seguir vemos na história do Mestre um fato marcante sobre o Reino. Jesus concede aos seus díscipulos a possibilidade de ligar e desligar algo na terra e em seu reino.

E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. Mateus 16:19

Concordar, dizer, expressar, ser ouvido, ser atentido. Essas coisas são um dos variados significados desse versículo. Muitos homens vêem as manifestações do Reino de Deus das mais inimagináveis formas possíveis.

Em verdade vos digo que alguns há, dos que aqui estão, que não provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino. Mateus 16:28

Por exemplo, algum tempo depois Jesus levou alguns de seus díscipulos para um monte e eles puderam ver ele se manifestando em glória celeste. Porém, isso não os tornou mais santos. E sem dizer que ainda imaginavam o Reino de Deus igual ao reino de seus imperados romanos.

Naquela mesma hora chegaram os discípulos ao pé de Jesus, dizendo: Quem é o maior no reino dos céus? Mateus 18:1


Paramos por aqui por hora. Veremos como Jesus, depois de tudo isso, voltou ao assunto de ensinar aos discípulos como não compararem o Reino dos Céus a um reino humano. Até terça-feira.


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terça-feira, 10 de abril de 2012

Série - O Reino de Deus #1


O que é o Reino de Deus? Existem tantas complicações para se definir algo que, após esse estudo, pareceu ser tão simples. Vamos então começar uma boa conversa sobre isso? Bom, nosso ponto de partida foi o seguinte pensamento: quem pode falar do Reino com propriedade é quem o conheceu por completo. Nesse caso, Jesus Cristo, então adotamos o estudo nas bases dos 4 evangelhos da Bíblia. Qualquer outro autor só deve ser levado em conta se, somente se, inspirar-se em Jesus. Então, relevamos todos eles e partimos direto para a fonte. Os textos estão com base na ordem de pensamento do estudo. Ou seja, vamos garimpando e ao final faremos uma recapitulação com conclusões. Não perca e se perder volte e leia na ordem. Toda terça e sexta, às 11 horas da manhã, vai sair um novo texto. Bem vindos ao sofá.

#1

João Batista anunciava o Reino dos Céus. Uma expectativa que, provavelmente, era de muitos judeus da época.

E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Mateus 3: 2

O Reino era uma aspiração celestial, ao mesmo tempo que uma expressão terrena também. De certa forma, a busca por esse Reino era pelo esforço, e esse por sua vez foi o ponto de partida da pregação de Jesus. No sermão do monte essas primeiras impressões foram bastantes enfatizadas.

E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 4:23

Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Mateus 5:19,20

Nessa ordem teremos a oração do pai nosso, mas vamos pulá-la agora para lhe dar um destaque no final.

Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Mateus 7:21

Importante destacar a oração do Pai Nosso durante a ministração do sermão, conhecido pelo nome de “sermão da montanha”. O verso: “venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”, traz um entendimento, que visto dentro do contexto da oração feita, nos revela praticamente toda uma síntese da ideia de Jesus sobre o Reino. Caminharemos nas leituras para retornar a ela em um momento perto do desfecho.

Uma outra característica do Reino, apresentada cadencialmente por Jesus aos judeus, é de que seu povo não seria apenas judeus e sim uma multidão de diferentes raças que se encontrariam ao encontrar o próprio Reino. O texto a seguir traz um contexto bastante interessante, quando o Mestre se admira de ver o entendimento da fé cristã em um romano, coisa que ele mesmo disse não ter encontrado entre os filhos judeus.

Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 8:11-12

Em todos os dias Jesus continuava a expor o Reino dos Céus, de diversas maneiras, e acrescentando novas temáticas e características no decorrer de cada discurso. Como príncipio, até aqui, ensinava as multidões e um grupo de díscipulos, que foram escolhidos para acompanhá-lo em tempo integral, até que impulsionou o ensinamento do Reino para um nível diferente: o estágio da vivência do próprio Reino. Jesus então designa a mensagem do Reino para cada um dos díscipulos. Não que eles tenham compreendido plenamente o que era, todavia esse fato é tão peculiar que merece ter nossa atenção aos acontecimentos decorridos dele.

E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 9:35

E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Mateus 10:7

Muitos ainda não tinham tido a revelação completa do Reino, o próprio João Batista era um exemplo, pois estando preso ainda pediu que seus díscipulos pessoais fossem até Jesus e lhe indagassem sobre todas essas coisas.Talvez, e enfatizo esse talvez, as coisas se dessem nesse modo pelo esforço que até o momento sempre tinham que fazer para alcançar a revelação das coisas espirituais. Penso sobre isso exatamente ao ler o texto em que Jesus deixa novamente claro que até aquele momento o esforço designava a recompensa do Reino, porém a partir daqui ele estabele um marco, um antes e um depois.

Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Mateus 11:11-12

Aquela época foi carregada de tensões, alguns humildemente procuravam Jesus para compreender os mistérios apresentados, como João Batista, entretanto, muitos por apego às suas doutrinas partiam para uma ofensa desmedida e abusiva dos ensinamentos de Jesus. Em determinado momento os fariseus (ramificação doutrinária dentro do próprio judaismo) partiram para a blasfêmia, a expressão declaradamente degradante do ministério e do Espírito de Jesus. O mestre revela a posição celestial diante dessas palavras contra seu Espírito e expõe as verdades diante dos olhos daqueles homens. Um dos textos que falam do Reino nesse episódio traz exatamente a afirmação de que seria incabível a ausência da presença de Deus no ministério do Messias.

Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Mateus 12:28

Naquele mesmo dia, explica S. Mateus, Jesus traz uma de suas primeiras parábolas, histórias, sobre o reino. E uma posição de alto contraste em seus ensinamentos, a explicação de que, ao contar as histórias, esse ato era para que as maravilhas do Reino fossem reveladas para alguns, enquanto para outros passassem desapercebidas.

Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. Mateus 13:11-13

Esse contexto é o da parábola do semeador, uma primeira metáfora para aquela situação onde todos ouviam a mensagem do Reino, porém cada um tinha uma forma diferente de recebe-la. Logo após acrescentou uma outra história, sobre uma semente plantada em boa terra, todavia ao crescer, traz um fato aos colheitores: a existência do joio. Um tipo bastante semelhante ao trigo, porém que não serve para os mesmos fins que o trigo. Isso é semelhante ao Reino dos Céus.

Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. Mateus 13:24-30

À mesma conversa, tiveram mais duas histórias acrescentadas sobre o Reino. Ambas parecem dizer a mesma coisa, porém revelando características diferentes. O assunto, crescimento do Reino. O modo, na primeira, o crescimento dentro de uma pessoa ou algo a ela pertencente, que gera uma base forte e auxílio/descanso para os demais; na segunda, o Reino é o fator que gera crescimento, por si só, em algo específico.

Paramos por aqui por hora. Até sexta-feira.


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terça-feira, 3 de abril de 2012

Vamos para casa...




Sonho há algum tempo, para não dizer curiosamente há alguns anos, um mesmo sonho. Não necessariamente o mesmo, mas o mesmo tipo de sonho. Fugindo. Fugindo de algo, de um lugar, de alguém. Fugindo com alguém, sozinho ou em grupo. Fuga para algum lugar comum, desconhecido ou lugar nenhum. Não sei se na teoria dos sonhos de Freud isso teria algum significado e, como não sou especialista, prefiro tentar não descobrir. Logo, muitas noites prefiro não sonhar. Oro para não sonhar. E sonho pesadelos, fugas, ou coisas que esqueço ao acordar. Sonhar com gargalhadas, alegrias e coisas afins, creio eu, que nunca, ou me esqueci se houve, tive um sonho do tipo.


Porém, sonhos me lembram esperança. Daquelas esperanças bobinhas de que há um lugar melhor, um trabalho melhor, um povo melhor, um alguém melhor. Passo então a gostar de sonhar, não os sonhos que temos enquanto dormimos, e sim daqueles de olhos abertos, olhando para lugar nenhum e onde os pensamentos bem acordados conseguem tecer a mais complicada possibilidade de tudo dar certo.


Todavia, é bem sabido que esses sonhos nos deixam um pouco abobalhados. Com os olhos lá e os pés aqui podemos nos perder em uma falta de sincronia do nosso corpo. E aí bate uma imensa saudade de casa... Não a casa de agora, mas aquela de lá. Lá do sonho, lá longe. Entendemos que precisamos voltar para ela, um saudosismo de um lugar onde nunca estivemos de verdade. E então ouço um certo ceticismo ao pé do ouvido: "deve mesmo ir?".




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