terça-feira, 10 de abril de 2012

Série - O Reino de Deus #1


O que é o Reino de Deus? Existem tantas complicações para se definir algo que, após esse estudo, pareceu ser tão simples. Vamos então começar uma boa conversa sobre isso? Bom, nosso ponto de partida foi o seguinte pensamento: quem pode falar do Reino com propriedade é quem o conheceu por completo. Nesse caso, Jesus Cristo, então adotamos o estudo nas bases dos 4 evangelhos da Bíblia. Qualquer outro autor só deve ser levado em conta se, somente se, inspirar-se em Jesus. Então, relevamos todos eles e partimos direto para a fonte. Os textos estão com base na ordem de pensamento do estudo. Ou seja, vamos garimpando e ao final faremos uma recapitulação com conclusões. Não perca e se perder volte e leia na ordem. Toda terça e sexta, às 11 horas da manhã, vai sair um novo texto. Bem vindos ao sofá.

#1

João Batista anunciava o Reino dos Céus. Uma expectativa que, provavelmente, era de muitos judeus da época.

E dizendo: Arrependei-vos, porque é chegado o reino dos céus. Mateus 3: 2

O Reino era uma aspiração celestial, ao mesmo tempo que uma expressão terrena também. De certa forma, a busca por esse Reino era pelo esforço, e esse por sua vez foi o ponto de partida da pregação de Jesus. No sermão do monte essas primeiras impressões foram bastantes enfatizadas.

E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 4:23

Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus. Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Mateus 5:19,20

Nessa ordem teremos a oração do pai nosso, mas vamos pulá-la agora para lhe dar um destaque no final.

Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Mateus 7:21

Importante destacar a oração do Pai Nosso durante a ministração do sermão, conhecido pelo nome de “sermão da montanha”. O verso: “venha o teu Reino; faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu”, traz um entendimento, que visto dentro do contexto da oração feita, nos revela praticamente toda uma síntese da ideia de Jesus sobre o Reino. Caminharemos nas leituras para retornar a ela em um momento perto do desfecho.

Uma outra característica do Reino, apresentada cadencialmente por Jesus aos judeus, é de que seu povo não seria apenas judeus e sim uma multidão de diferentes raças que se encontrariam ao encontrar o próprio Reino. O texto a seguir traz um contexto bastante interessante, quando o Mestre se admira de ver o entendimento da fé cristã em um romano, coisa que ele mesmo disse não ter encontrado entre os filhos judeus.

Mas eu vos digo que muitos virão do oriente e do ocidente, e assentar-se-ão à mesa com Abraão, e Isaque, e Jacó, no reino dos céus; E os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 8:11-12

Em todos os dias Jesus continuava a expor o Reino dos Céus, de diversas maneiras, e acrescentando novas temáticas e características no decorrer de cada discurso. Como príncipio, até aqui, ensinava as multidões e um grupo de díscipulos, que foram escolhidos para acompanhá-lo em tempo integral, até que impulsionou o ensinamento do Reino para um nível diferente: o estágio da vivência do próprio Reino. Jesus então designa a mensagem do Reino para cada um dos díscipulos. Não que eles tenham compreendido plenamente o que era, todavia esse fato é tão peculiar que merece ter nossa atenção aos acontecimentos decorridos dele.

E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. Mateus 9:35

E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos céus. Mateus 10:7

Muitos ainda não tinham tido a revelação completa do Reino, o próprio João Batista era um exemplo, pois estando preso ainda pediu que seus díscipulos pessoais fossem até Jesus e lhe indagassem sobre todas essas coisas.Talvez, e enfatizo esse talvez, as coisas se dessem nesse modo pelo esforço que até o momento sempre tinham que fazer para alcançar a revelação das coisas espirituais. Penso sobre isso exatamente ao ler o texto em que Jesus deixa novamente claro que até aquele momento o esforço designava a recompensa do Reino, porém a partir daqui ele estabele um marco, um antes e um depois.

Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele. E, desde os dias de João o Batista até agora, se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele. Mateus 11:11-12

Aquela época foi carregada de tensões, alguns humildemente procuravam Jesus para compreender os mistérios apresentados, como João Batista, entretanto, muitos por apego às suas doutrinas partiam para uma ofensa desmedida e abusiva dos ensinamentos de Jesus. Em determinado momento os fariseus (ramificação doutrinária dentro do próprio judaismo) partiram para a blasfêmia, a expressão declaradamente degradante do ministério e do Espírito de Jesus. O mestre revela a posição celestial diante dessas palavras contra seu Espírito e expõe as verdades diante dos olhos daqueles homens. Um dos textos que falam do Reino nesse episódio traz exatamente a afirmação de que seria incabível a ausência da presença de Deus no ministério do Messias.

Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, logo é chegado a vós o reino de Deus. Mateus 12:28

Naquele mesmo dia, explica S. Mateus, Jesus traz uma de suas primeiras parábolas, histórias, sobre o reino. E uma posição de alto contraste em seus ensinamentos, a explicação de que, ao contar as histórias, esse ato era para que as maravilhas do Reino fossem reveladas para alguns, enquanto para outros passassem desapercebidas.

Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem. Mateus 13:11-13

Esse contexto é o da parábola do semeador, uma primeira metáfora para aquela situação onde todos ouviam a mensagem do Reino, porém cada um tinha uma forma diferente de recebe-la. Logo após acrescentou uma outra história, sobre uma semente plantada em boa terra, todavia ao crescer, traz um fato aos colheitores: a existência do joio. Um tipo bastante semelhante ao trigo, porém que não serve para os mesmos fins que o trigo. Isso é semelhante ao Reino dos Céus.

Propôs-lhes outra parábola, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao homem que semeia a boa semente no seu campo; Mas, dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e frutificou, apareceu também o joio. E os servos do pai de família, indo ter com ele, disseram-lhe: Senhor, não semeaste tu, no teu campo, boa semente? Por que tem, então, joio? E ele lhes disse: Um inimigo é quem fez isso. E os servos lhe disseram: Queres pois que vamos arrancá-lo? Ele, porém, lhes disse: Não; para que, ao colher o joio, não arranqueis também o trigo com ele. Deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa, direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar; mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro. Mateus 13:24-30

À mesma conversa, tiveram mais duas histórias acrescentadas sobre o Reino. Ambas parecem dizer a mesma coisa, porém revelando características diferentes. O assunto, crescimento do Reino. O modo, na primeira, o crescimento dentro de uma pessoa ou algo a ela pertencente, que gera uma base forte e auxílio/descanso para os demais; na segunda, o Reino é o fator que gera crescimento, por si só, em algo específico.

Paramos por aqui por hora. Até sexta-feira.


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