segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Feng Zhiquiang




Reza uma lenda que na China antiga, entre os guerreiros mais famosos estava Feng Zhiquiang, vamos chamá-lo de Fong. Onde de todas as batalhas que se travava, sempre estava entre os grandes; a elite do exército.


05h15min madrugada, meng.


Sol brilhoso, primeiros raios surgindo no horizonte, Fong está desperto meditando no alto da colina ao sul do acampamento. Estava em campanha militar fazia seis dias, tinha sido chamado na urgência de unir-se às forças do exército com seus companheiros, com fim de submeter o reinado de On Tong Leong à dinastia Cho. Mas, nada disso era importante para Fong que observava ao longe montanhas cobertas de gelo. No pasto, ao sul da colina, estava o rebanho para suprimentos do exército; ao norte o inimigo. Porém, ele estava ali meditando intensamente – “Não chegamos a tempo de evitar as últimas mortes”, o silêncio da meditação foi quebrado por esse pensamento - “Shiiii” – sua mente divagava com tal intensidade que os músculos sobre a escápula se enrijeciam.


Levantou-se com o sol em 15° em relação ao horizonte, sobre as costas jogou o saco com as ervas e raízes que havia levado para mastigar enquanto lutava contra o frio. O dia foi tenso. A noite foi de expectativa. Reuniões de estratégia para a investida. O som de aviso do sentinela quebrou o pensamento militar. Eles estavam embaraçados. O inimigo sabia. O ataque foi estonteante aquela noite.


Fong agilmente tomou suas armas saindo da tenda com olhos de pupilas dilatadas. Seus soldados entreolhavam-se tentando se agrupar; ouviram seu grito como se fosse um sussurrar ao pé da orelha, seus ouvidos estavam esperando por isso. Fong se aproximou dos cavalos, os homens já estavam alinhados correndo em sua direção. Sem olhá-los saiu rapidamente entre o acampamento gritando suas ordens, a certeza de que eles estariam ao seu redor era tão grande que desprovia qualquer verificação. Entraram no campo vasto de uma vegetação extremamente esverdeada. Ponto alto de batalha. Suas espadas desferiam golpes certeiros. Apenas algo estava errado, o exército sem motivação estava sendo dizimado e seus homens e cavalos feridos. Uma brecha na investida do inimigo. Ocultou-se com seus soldados. A sede de sangue foi abafada pelos batimentos do coração que se enchia de medo – “Como fazer?” – Seus homens esperavam angustiante uma palavra, só que ele não tinha mais nenhuma. Os homens de On atearam fogo no acampamento e saíram em retirada. Quando as pernas pararam de tremer e o coração se assentou. Fong se levantou com um olhar trêmulo e caminhou em direção às tendas.


4 Meses depois.


A retirada tinha sido vergonhosa. A investida militar para aquelas regiões ao norte adiada. A vergonha da derrota era maior em Fong, pela primeira vez em sua vida o medo dominara seu pensamento sóbrio - “Primeira vez mesmo?” – estava abalado, visivelmente depressivo, ordenou aos homens retornarem aos seus lares e verem suas mulheres. Em uma madrugada, quando a lua chegou ao seu ápice, levantou-se e caminhou em direção ao Norte, não em direção a On, mas sim em direção àquelas montanhas sublimes que tinha visto depois dos pastos verdejantes.


A caminhada dura o fez esquecer o que os seus conterrâneos pensariam de seu sumiço repentino – “Traição”, “Covardia”, “Fuga” – se silenciou no caminhar. As esperanças ficaram em sua casa e em busca do nada caminhava lentamente.


Dessa caminhada não vale ressaltar os devaneios. E sim o homem que ele conheceu na metade da árdua subida da montanha. Sun morava na parte em que a trilha da montanha fazia uma espécie de planície. Ali Fong entrou para pedir descanso da caminhada e acabou por habitar.


Um dia acordou antes do raiar do sol e sentiu saudades de meditar, levantou-se pegou as ervas e raízes costumeiras; notou a falta de Sun – “Sempre está de pé quando acordo com o café da manhã pronto, talvez esteja colhendo folhas para o chá.” – andou em direção às árvores que ficavam de frente para o lado da montanha, onde veria todo o vale dali. Assentou-se, mastigou algumas ervas, notou Sun um pouco mais distante em profunda meditação. Surpreendeu-se, todavia o omitindo traçou caminho para o seu interior. Seus olhos fechados demonstravam a pressão que fazia para concentrar-se, o incomodar do pescoço e a rigidez das costas denunciou seus pensamentos. Extasiado desequilibrou com uma forte dor na orelha esquerda. Voltou-se de pronto. Olhos esbugalhados em busca do que o atingira. Viu Sun ajoelhado a sua frente.


- Você chama essa desordem mental de meditação. Seus pensamentos são tão altos que me incomodaram ao longe. O que aflige seu espírito, guerreiro?


Desabafo confuso. Sun compadeceu-se de seu amigo. E disse-lhe:


- Se queres ser invencível, precisa conhecer-te a ti mesmo. Dominar-se. Nunca poderá guerrear se desconheces ou omites seus próprios medos e fortalezas. Pense nisso.


Fong era instável. Uma oscilação entre esperança e descrença, entre fé e dúvida, medo e coragem, determinação e fraqueza. Era uma bomba por si só, um perigo para quem nele confiava. Claro que sobre tudo era um ótimo interprete, pergunte aos que o cercavam sobre ele, nunca desconfiaram de suas fraquezas, e por mais que desconfiassem um dia, eram confundidos em outro pelo seu olhar determinante. Inconscientemente tinha entendido que não podia viver suas ambições sem se encontrar. Eis o medo do homem, a desejada e enojada fuga. Lembro-me, em um parêntesis na narração, das expressões – “Como gostaria de começar tudo de novo” “Se pudesse sumiria” etc., a fuga é o sonho dos ocupados e o medo de ser taxado como covarde. Porém, hoje vemos milhares e milhares de pessoas espalhadas pelo globo, feridas em seus interiores trajando insígnias e conduzindo outras. Mas, por que não ir para a enfermaria? Por que não omitir-se à guerra para não morrer enquanto ainda caminha para ela? Lembro da voz de Sun dizendo a Fong à colher as folhas do chá – “Triunfam aqueles que sabem quando lutar e quando não lutar.” Omitir-se faz parte da estratégia de guerra. E conhecer-se é tão importante quanto liderar bem.


O medo de Fong o afligia, a inquietação de seus pensamentos proibia sua concentração. Como um homem em guerra interior pode vencer uma guerra exterior? Sun, sempre pacientemente destacava – “A invencibilidade é uma questão de defesa, a vulnerabilidade, uma questão de ataque. Em situações de defesa, cales as vozes e elimine os cheiros, escondidos como fantasmas e espíritos sob terra, invisíveis para todo o mundo. Em situações de ataque, vosso movimento é rápido e vosso grito fulgurante, veloz como o trovão e o relâmpago, para que teus adversários não possam se preparar, mesmo que venham do céu.”


Fong aquietou-se, com extrema insistência aprendeu a silenciar seus pensamentos, controlar seus medos. Como disse outro Mestre séculos depois “ame ao seu próximo, como a ti mesmo.” Sobra-nos somente uma questão: Como amar, dedicar-se a alguém, se nem eu mesmo sem quem eu sou, ou não me sinto completo em relação a mim próprio?


Sun dizia durante os passeios até o cume do monte – “Se conheceres a ti mesmo e a teus inimigos, sairás vencedor de todas as batalhas; se conheceres a ti e não conheceres teus inimigos, perderás uma batalha e ganharás as outras; porém, se não conheceres a ti e nem a teus inimigos, certamente perderás todas as batalhas.”


Fong um dia levantou-se ao ápice da lua, pegou algumas ervas e saiu à porta da habitação. Olhou ao longe o cume das montanhas congeladas, pegou sua espada que há tempos estava enrolada em tecidos de seda branca e saiu caminhando para o lugar onde fazia as meditações, os pensamentos eram mais controlados, a atenção estava subjugada, os olhos fixos nas geleiras, ajoelhou-se, fez reverência com a espada na frente do rosto e foi levado em seus pensamentos às lembranças mais incomodas da sua vida, naquele dia travou sua mais horrenda guerra.


O sol raiou.


[...]


___________


As lendas sempre são extremamente cativantes e longas, talvez voltemos na história de Feng outro dia. Agora já é tarde, boa noite.




p.s: Referências a serem postadas, estou organizando-as.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Conte-nos a história!




Um dia um homem saiu gritando pelas ruas - Acordem! Acordem!

Mas, as pessoas caminhavam como se nada estivessem ouvindo.

- Acordem! - Gritava ele cada vez mais alto.

As crianças passavam ao seu lado com seus iPods nano como se ele não existisse. Os homens atrasados com suas maletas andavam com um ar de desilusão para o trabalho estável que tinham conseguido. As mulheres com um ar de sobriedade andavam em passos largos na direção dos seus objetivos. Os mais velhos olhavam em sua direção, parecia que eles o viam, todavia o olhar se lançava ao alto em suspiros profundos por conta das dores nas costas.

O homem parou. Sentou-se no meia da rua. Os carros rápidos desviavam com tal agilidade que parecia que era só um buraco na estrada. Na verdade ninguém o via.

O homem se levanta e caminha. Ao longe vê a cidade; se depara com uma bela corrente de água que o leva morro a cima em direção a uma cachoeira. Pega uma pedra e escreve em uma rocha: "Ao Criador do Mundo uma pergunta: Porque ao criar esse mundo você me revelou outro e me faz morar nesse?"

Deitou-se, dormiu. Com uma voz suave dentro de si pedindo para se tornar tão cego quanto os demais ou acordar e conseguir ser ouvido. Mas, naquele dia, ele não acordou mais.




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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Porque procuras o que vive dentre os mortos?¹

Sejamos sinceros. Há muito tempo tenho pesquisado sobre o pecado, como impotêncializá-lo de uma vez por todas. Secretamente no meu íntimo pensei muito a respeito e, por fim aprendi algo que gostaria de compartilhar com vocês hoje.


No meio de pensamentos que passeavam na minha mente, ouvi uma música um dia. Sinceridade seja fortalecida, esta foi a música:

"Tentei ser crente Mas, meu cristo é diferente A sombra dele é sem cruz, dele é sem cruz No meio daquela luz, daquela luz" O Rappa - Meu mundo é o barro.

Realmente não sei o que significa para o autor essa estrófe, todavia ela me fez pensar. E, pensar muito sobre Cristo, a Cruz e a Vida.

Lendo um pouco a respeito me perguntei. Durante muito tempo nós tomamos como significado para a santidade a auto-imputação de sanções. A prática da abstinência se tornou um fator tão difundido em nosso meio que nos é forçoso pensar em santidade sem ela. O que a cruz significa para nós hoje?

De uma forma geral, abrangente e hiperlativa, poderia sugerir tais significados:

- Significa a morte de Jesus Cristo, o sacríficio perfeito feito pelo Mestre para que todos os seres humanos encontrassem a redenção por meio dEle e assim sendo, tornassem a se conectarem com o Pai através do Sangue derramado por amor.

- Significa a abnegação de uma vida "mundana" (claro que essa palavra é colocada para retratar uma vida totalmente voltada ao prazer e a obediência ao "sistema" corrupto global, apesar de pessoalmente não estabelecer conexões com essa palavra, afinal ninguém aqui mora em um extra-mundo ou Marte).

- Significa a abnegação do individualismo e o estímulo para uma vida de amor mútuo com os irmãos e até os inimigos mais declarados.


A cruz hoje é o símbolo cristão mais usado no mundo. Não importa a vertente do cristianismo ela ali estará. Todavia não foi sempre assim. Os cristãos do primeiro século não utilizaram a cruz como símbolo cristão, usavam freguentemente o peixe e até a borboleta já foi usada como símbolo cristão. Mas, a cruz foi inserida um século mais tarde, no século II d.C.

Vivemos as cruzadas, onde a cruz na heráldica era símbolismo de nossa jirad particular, entramos na Era Medieval, e por fim encontramos a modernidade.

Na sociedade moderna temos a herança da igreja e da sua pregação determinista e até, muitas vezes, fatalista. Onde o ser humano seria uma sub-classe e deveria por sua vez, através de abnegações (financeiras, sexuais, sociais etc.) conseguir sua iluminação particular.

Evoluímos o pensamento, as ciências, as tecnologias, as relações inter-pessoais. Alguns chamam essa nova fase de pós-modernidade. Tirando de lado toda essa parte, que não nos interessa, afinal a introdução já está maior do que deveria. Nos situaremos no pensamento eclesiástico atual (lembre-se sempre, que estou sempre hiperlativizando a situação, pois sei muito bem que existe lindas exceções no nosso meio, todavia a grande parcela das pessoas não fazem de si a exceção).

O medo do pecado, de pecar nos sobressaiu pelos olhos. Temos pavor de pensar na hipótese de praticar algo que é condenável. Apesar de constantemente praticarmos. Todos nós temos nossos vícios particulares - gula, mentira, pornografia, inveja, orgulho etc., não importa qual seja o nome em algum nós capengamos.

Daí nos sobrevêm a ilustração da cruz. Nosso sacríficio foi interrompido por que não conseguimos manter o padrão de santidade. Preciso da morte da minha vontade particular. Crucificá-la.

É díficil não é? Não praticarmos aquilo que nós mesmos repugnamos? Ver-nos fatalmente oscilando entre pureza e pecaminosidade?

Aos romanos, àqueles que utilizaram cruzes e estacas para matarem seus prisioneros. Àqueles que detinham o poder do império atual em suas mãos, e praticavam toda a orgia e miscelânea do paganismo grego e das religiões bárbaras. Para estes foi-se escrito uma carta.

Preste atenção. Voltaremos a cruz em breve. Mas, agora apenas leia a ordem dos fatos.

Romanos capítulo 1.

Paulo, romano e cristão, aos cristãos em Roma escreve uma carta. Na sua introdução expressa o desejo de vê-los e gratidão por sua salvação. Mas, não consegue se calar diante da zona que eles viviam em tal cidade.

Depravações, incredualidade, idolátria. E ainda por cima, a hipocrisia de condenar os cidadãos locais e ocultamente praticar tais atos, ou secretamente aprovarem em seus coração. Paulo discursa sobre a seriedade da santidade, da justificação, expõe que através da fé em Cristo viria a justificação. Até chegar ao capítulo 5.

A cruz. O sacríficio de Cristo volta em cena.
9. Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10. Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
A morte de Cristo é nossa reconciliação com o Pai. Isso é fato. Mas, percebi olhando atentamente para o livro de Romanos que nas suas linhas estava uma das maiores revelações do cristianismo.

No capítulo 6, Paulo descreve esse simbolismo através do batismo (ato de emergir e/ou aspergir água sobre a pessoa que aceita seguir a Cristo).

5 Se dessa forma fomos unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua RESSUREIÇÃO. (NVI, ênfase acrescentada)
Stop!

Lembra-se! Jesus Cristo, última semana, díscipulos, noite? Isso, a última ceia. O cálice, o sangue da aliança; o pão, o corpo que é dado. O símbolismo perfeito do que haveria de acontecer, ou melhor estava acontecendo. Veja:
João 6:32 Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.

João 6:33 Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.

João 6:51 Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.
Jesus, morreu para nos ligar ao Pai e nos dar a vida. Que vida?

Boa pergunta. Que vida Cristo me dará se eu estou vivo.

João 10:10 [...] eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.

Abundância. Dinheiro, riqueza? Jesus veio para nos tornar ricos! Bom, muita gente tem gritado isso em microfones por aí. Mas, vamos entender essa palavrinha melhor?!

abundância | s. f.

1. Quantidade maior que a precisa.
2. Fig. Riqueza; fartura.

abundante | adj. 2 gén.

abundante adj. 2 gén.
Que abunda; que existe ou produz em quantidade; rico; copioso.

vida s. f.

1. O espaço de tempo que decorre desde o nascimento até à morte dos seres.
2. Modo de viver.
3. Comportamento.
4. Alimentação e necessidade da vida.
5. Ocupação, profissão, carreira.
6. Princípio de existência, de força, de entusiasmo, de atividade (diz-se das pessoas e das coisas).
7. Fundamento, essência; causa, origem.
8. Biografia.

[Dicionário Priberam]
Bom, coloquei os significados das palavras chaves para que você não achasse que estou louco. Incluí o significado da palavra "vida" para você que acha que vida é só dinheiro também se frustar um pouco.

Definiria assim, se é que posso fazer isso: Quando Cristo nos dá a vida abundante, isso para àqueles que crêem nEle, ele está superlativizando a nossa completa existência e nossa observação da nossa próprio vida. Se você busca a verdade, ele abunda isso. Se você busca paz, ele abunda isso. Se você busca prosperidade, ele abunda isso. Se você busca uma família, ele abunda isso.

Claro, claro! Abrindo um parantêsis enorme agora. Você talvez não viva exatamente essa abundância. No sentido de ver TODOS os seus sonhos realizados. Você não é mais feio ou mais pecador por conta disso. Até por que Jesus prometeu que a vida abundante seria também, ou melhor dizendo, seria completamente isso: a abundância do seu interior para o seu exterior dentro da sua próprio VIDA. Ou seja, se sua família é uma desgraça, não é por que Ele mentiu, todavia não é por que Ele falhou também. Se analizarmos a fundo Ele nos prometeu exatamente a confusão. Mas, nos daria uma paz (vida abundante) que não é comum nas pessoas, por ser um presente, para que você DENTRO DA SUA PRÓPRIA VIDA provasse a vida abundante. Acredito que não fui inteiramente feliz em explicar isso, teria que iniciar outro post e mostrar todos os argumentos para que você percebesse a significância da vida abundante e se desligasse do materialismo usual. Quem sabe outro dia nos sentemos aqui para conversar sobre isso. Fecha-se o parantêsis.

Voltemos ao pecado. Se fomos "enterrados", "mortos" com Cristo e ressurretos para uma vida abundante é absolutamente frustante praticar o "pecado", "repugnante".

O bem e o mal.

Sempre vemos o bem como algo interior, espiritual. E o mal como algo exterior, que nos invade. Você já pensou na possibilidade de ter os dois morando exatamente dentro de você?

Leia os versículos do capítulo 7 de Romanos, leia primeiro sem os colchetes (para que não confunda sua leitura inicial) depois repasse os olhos sobre eles e nos encontraremos mais abaixo:

14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado.
15 Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço.
16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. [A grande crise de viver em santidade tendo os vícios particulares]
17 De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. [O pecado, o desejo de fazer o mal, habita entrelaçado com sua vontade humana]
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem.
19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço.
20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. [Este desejo mal encontra-se em conflito com o desejo do seu espírito de viver uma vida santa e em contato com o Criador]
21 Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo.
22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; [O bem também está interiorizado em nós]
23 Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.
24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? [ a pergunta silenciosa, como vencer tal guerra dentro de uma mesma esfera corporal?]
No versículo 25, encontramos a resposta:

"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor![...]", NVI.


Jesus é a solução para essa crise. Mas, ainda não vejo como vencer o mal!? Como sofro das coisas que, já que optei por Cristo, não deveria sofrer mais?

Capítulo 8, verso 1:

1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. 2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.
A partir de agora, temos o Pessoa mais importante, para um cristão na terra, o Espírito Santo.
11 E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.
Dentro de nós existe o bem e o mal guerreando. Não podemos sozinhos decidir totalmente por um ou por outro, talvez com um esforço sobrenatural (meio tibetano, por assim dizer) consigamos ao máximo de esforço e concentração, contralar um ou outro. Porém, em um dia que sua mente estiver dispersa o lado silenciado se levantará em você e se verá em uma situação do tipo: "Sem ver eu explodi!"

Não dá pra viver assim, como uma usina nuclear que a qualquer momento pode-se começar um vazamento.

Amo o versículo a seguir na Bíblia Católica, que por menos versões se mantêm mais próxima do original que as demais.

6 Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que seja reduzido à impotência o corpo {outrora} subjugado ao pecado, e já não sejamos escravos do pecado.


Reduzido a impotência! O Espírito Santo, quando nós estamos vivendo e caminhando com Ele, faz exatamente o que nos é forçoso fazer. Ele pela sua presença torna impotente nosso lado de más vontades.

Isso é ressureição. Já lemos que o Espírito nos ressuscita, se estamos impotentes para as vontades que nos aproximam de Deus, Ele nos reanima para elas. Sua carne sempre será um foco de tentações para o mal, somente com a presença do próprio Deus você se achegará a Ele. Você pode tibetanamente se controlar, se curar, se apaziguar. Mas, não será algo 100% seguro. Pergunte a qualquer cristão qual o último dos nove dons do Espírito citado no livro de Gálatas, e ele te responderá sem pestanejar: Domínio Próprio. Perceba o detalhe, é um dom do Espírito Santo.

Sua vida sempre será um imenso navegar entre maldade e bondade até que você se decida ser inteiramente mal, impontecializando o lado bom; ou ser totalmente bom, impotencializando o lado mal. Até lá não será auto-dominante, mas um vulcão ativo que mesmo depois de muitos anos inativo pode a vir a explodir-se em lavas por todo lado. Eu não gostaria de viver assim. Não sei você.

A ressureição foi esquecida pelos cristãos, a vida é vivida vivendo-se. Não se auto-crucificando. Lembra-se de Romanos e Hebreus, quando diz que bastou a Cristo ser crucificado uma única vez. Tomar a cruz e seguir a Cristo não está dizendo que significa ser crucificado todo dia. Diz o que se diz, tomar e seguir. Com certeza, será crucificado. Uma vez e depois pelo Espírito Santo sua vida cotidiana será transformada num mar de observações e sensações novas, dessa vez guiada pelo Espírito do próprio Deus. É por isso que ainda em Romanos temos o versículo que diz:
9 Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.
Se você não acreditar que Cristo ressuscitou será impossível acreditar que Cristo pode te ressuscitar, estando vivo, para uma vida nova. E vida nova, para cada um tem seu significado. Quando você descobrir o significado para você me mande um email dizendo, amaria perceber que vida é muito mais do que eu aqui em Brasília penso ser.


Boa noite.






¹ Música, "Por que procuras?". Christafari.

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terça-feira, 11 de agosto de 2009

Welcome!




Conheci um andarilho uma vez...

Dia do casamento de um dos meus melhores amigos. Lugar um pouco inacessível. Mas, para pessoas inteligentes daria para encontrar facilmente, o que não era o meu caso. Pela manhã me levantei exatamente 2 horas antes do casamento. Me arrumei. Esperei o ônibus. Fui em direção ao local, que não tinha placas. Me perdi. Faltava 1 hora para o casamento. Voltei em outro ônibus e fiz o mesmo caminho, me perdi outra vez. A essa hora eu estava totalmente desesperado e minha mente não raciocinava, só me lembrava que não podia perder aquele casamento por nada. Perdido. As horas se passaram. Caminhava perdido. Orando. Quase gritando pedindo a ajuda de Deus. Deu meio-dia. Acabou o casamento. Estava com o blazer na mão. Andando todo empoeirado. Desejando chorar em plena rua como uma criança. Decepcionado.

Descia uma rua que no meio dela havia uma parada de ônibus. E nela, um andarilho. Estava com tanta raiva de Deus, por não ter me feito chegar no local, que quando vi aquele homem senti vontade de falar com ele, todavia por conta do sentimento decidi - "Vou descer a calçada, passar na rua, olhando firme e não vou falar com esse homem NUNCA."

Fui. Ao passar na frente da parada o infeliz me chamou. Tive que parar. Não era mal educado. Ele pediu para que me aproximasse. Fui. Me pediu dinheiro e contou sua história. Eu não tinha dinheiro exceto o da passagem de volta para casa, disse-lhe isso e contei minha história.

Ele "viajava" muito. Começou a falar do universo e contar coisas para mim. Me disse coisas sobre a galáxia e as teorias do cosmos. Perguntei-lhe se podia dar-lhe algo que era meu, sempre carregava aqueles Novo Testamento, pequeninos da Gideões, no bolso e ofereci-lhe. A resposta foi - Não sou digno de ler esse livro - Tentei convencê-lo do contrário, não tive êxito. A resposta era a mesma. Bom, depois da longa conversa. Me despedi. E não esqueço das palavras que ele me falou. Era usado por Deus e nem sabia. Sai a caminhar de volta para casa. Irritado.

Me perguntava olhando para o céu - Porque você se omitiu?
- Apesar de descobrir a resposta. Não foi fácil admiti-la.





Conheci um bêbado uma vez...

Um amigo meu, na época, juntamente comigo tinhamos uma história super engraçada. Toda vez que nos encontrávamos, sem desejar, acabavamos topando com um bêbado e por fim a falar-lhe de Jesus. Uma certa data aconteceu algo.

Estávamos juntos. Um bêbado se aproximou e começou a conversar. Havia sido um professor de Geografia e tinha família e tudo o mais, mas era agora um morador de rua. Dizia-me que para ele não havia futuro a não ser "7 palmos abaixo da terra". Tentei persuadí-lo do contrário. Ele se irritou e passou a me xingar muito. No dia não me encomodou.

Ao passar dos tempos me perguntei olhando para o céu - Porque você não dá um jeito?




Conheci um homem uma vez...

Este o mais complicado. Era cheio de perguntas e indagações. Havia se distanciado do pai cedo. Morado em uma família conturbada. Amado pouco. E cheio de inimigos. Para piorar era viciado. Tentou parar, conseguiu algum tempo, sofreu crises de abstinência. Perdeu as pessoas mais queridas e se desacreditou da família, dos relacionamentos e da inocência no ser humano. Tentei-lhe convencer do contrário. Mas, não conseguia interpretar os sinais para lhe dar respostas. As respostas que ele há anos pedia.

Olhando para o céu me perguntei - Porque você não me cura e me responde?



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Já lutei contra minha incredulidade de perguntar se realmente Ele existia, lutei contra a falta de crença em que tudo daria certo, mesmo que hoje desse tudo errado.

Já tentei entender. Fiz mil teorias que me convencessem. Não escrevo hoje para os que acreditam, muito menos para os que nunca duvidaram. Escrevo hoje para aqueles que semelhante a mim já não acreditaram. Já duvidaram. Já pensaram em porque Ele não resolvia de uma vez. Porque ele não tira a vontade, porque Ele não devolve pessoas, porque Ele não responde orações na mesma hora, ou não nos fala audivelmente.

Escrevo para aqueles que já pensaram se tudo que estava escrito na Bíblia realmente aconteceu. Já duvidaram dela também. Escrevo para vocês. E sinto não trazer respostas hoje. Realmente gostaria de fazer isso. Mas, não as tenho. Pelo menos não todas ainda.

Porém, quero dar um conselho, se você me permite, claro!

Não existe verdade absoluta sem dúvidas, e se for absoluta, certamente está errada; como diz minha professora Ivany. Então, só descobre a verdade quem faz uma pergunta. Mas, cuidado! Não busque a verdade se não estiver pronto para aceitá-la quando a encontrar. Todavia, se você for ousado o suficiente lembre-se sempre: Mesmo duvidando de tudo, não duvide que Ele existe. Porque Ele existe. E lembre que Ele que nos prometeu que nos guiaria. Um dia Ele se manifestará de alguma forma e nos ouvirá e responderá de uma forma que não duvidaremos, porque será uma forma que só Ele poderia usar. Bem-vindo ao mundo das dúvidas, conforme-se ao saber que todos os grandes homens deste mundo fizeram acampamento aqui durante anos.




Tenha um bom dia.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Teoria e Prática Cristã no Século XXI

Post retirado. Senti vontade de reedigi-lo, creio que ficou muito aquém do que deveria em relação ao seu propósito original. Após completá-lo será postado novamente.


Saudações,


fiodarabiola@gmail.com