quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Cristianismo Hipster

Isso é uma crítica. Se você for de porcelana vai pro site de algum crente auto-ajuda.

CRISTIANISMO HIPSTER

Você já viu aquela galera hipster? Eles usam aquelas roupas de publicitário: camisa xadrez, óculos retrô, curte vintage, adora música alternativa e estilos independentes. Não é grunge, não é vintage, não é alternativo... Ele é hipster. Exatamente a mistura de tudo isso. Tem gostos diferentes do mainstream, todavia, é a pura evolução de todas essas subculturas. Ele é uma "mistura tão misturada" que seu discurso é o de todos com um leve tempero de saudosismo.

Eu odeio o cristianismo hipster, aquela facção do cristianismo que preza pelo alternativo, as músicas do PalavraAntiga, fala que devemos amar os outros como budistas em nirvana e reconstruir o caminho dos crentes do passado (sem levar em conta o tempo histórico deles). Agora você fala: "Pô, você não curte essas coisas?". É claro que curto, não seja idiota. Eu não curto a mistura hipster que isso causa.

Hoje as pessoas falam de Deus sem estudá-lo, falam de amar sem saber sobre Cristo, cantam músicas alternativas querendo defender que as outras são coisa de "crente" e os mesmos fazem de tudo para serem alternativos, fazerem os templos parecerem concertos de música, os púlpitos palcos de teatro ou de uma festa legal, todavia, por mais alternativos que sejam ainda são MAINSTREAM. Isso me irrita, ninguém tá afim mesmo de mudar, pensar, filosofar, praticar e começar uma mudança. É um bando de hispter cristão querendo dizer que é diferente, que venceu os traumas, que agora ama todo mundo, mas é mentira. Eles nada mais são do que gente frustada que leu auto-ajuda para continuar na religião, não sabe as curas ou receitas para as coisas, não conhece as escrituras, ama misturar tudo se chamar diferente mas é apenas um crente idiota diferentizinho... um hipster cristão. Aff.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

3 tópicos para discutir a morte ou a cura da religião no futuro.

Tópico 1 - O discurso da vida versus o do conhecimento.

Na época de Jesus a sociedade judaica era altamente religiosa, isso implicava em um mínimo necessário de conhecimento. As crianças estudavam a Torá e o Talmud era vivido ao pé da letra. Conhecimento eles possuíam, uns mais outros menos, mas havia um senso comum religioso muito mais profundo do que o de hoje.

Especulo que seja por isso que toda a mensagem da vida de Jesus era focada em suas obras. Imagina se a história fosse contada citando apenas o lado discursivo... Ele seria visto como um rabino, um mestre mas nunca como alguém diferente ao ponto de ser o próprio Deus. Na história havia de ter uma diferença entre ele e os demais doutores da lei, talvez seja por isso que a narrativa é construída em cima dos diferenciais e não do que era óbvio a época.

Agora, a época mudou. As pessoas não tem mais o mínimo necessário de conhecimento religioso. Na verdade, todo o conhecimento é embasado no Wikipédia ou no senso comum. Todavia, esse senso comum de hoje também é diferente. O que pretendo dizer é que as pessoas propõem uma vivência, uma experimentação, um teste, para poderem possuírem uma opinião a respeito. Imagina um pai virando para o filho e dizendo: "Coma o abacate! Experimente pelo menos uma vez para saber se é bom ou ruim!". Ai então o filho experimenta, acha horrível e nunca mais em sua vida ele volta a comer abacate.

Hoje os mais jovens experimentam religiões, conceitos, filosofias, as que lhes parece aceitável ao "paladar" pode ser ou não a escolhida. E as que já no momento da experimentação deixaram a desejar ficam de lado para sempre. Acho isso, me desculpem, estúpido. A jornada espiritual não pode ser pautada por uma experiência. Afinal, a Bíblia diz muitas vezes que devemos dar a Deus nosso "culto racional", que devemos adorar a Deus em "espírito e em VERDADE", que se questionados devemos dar "explicar a razão da nossa fé".

Os cultos hoje são meros parlamentos de auto-ajuda, eles ensinam a como lidar com a vida, com finanças, com os outros e até com outras igrejas. E me incomoda pensar que Jesus tinha uma característica muito diferente disso. Por exemplo, em Mateus 5.1, diz que ele ensinava as multidões. E  se prestarmos atenção no discurso iniciado ali veremos um dos mais longos discursos, mais didáticos e mais abrangentes de Jesus. Ali ele falou da vida, costumes, leis etc., todavia, o cerne de sua mensagem era falar do Reino de Deus. E sobre isso ele se dedicava didaticamente a ensinar sempre.

Ora, como poderia ter formado discípulos para lhe replicar a mensagem? Um intensivo de ensino de 3 anos. Agora eu fico pasmo como as igrejas esperam que as pessoas conheçam o Reino de Deus sem ensino e conhecimento, apenas através da interpretação empírica de como deve ser a vida segundo a vida de Jesus. Como eu posso viver como Jesus viveu se eu não sei o suficiente sobre ele, seu tempo, seus hábitos, seu contexto, para CORRETAMENTE interpretar suas atitudes?!

Sem profundidade não há experiência correta no reino, especular sobre isso é dizer as ovelhas que tem que seguir um mestre e sua voz, sendo que eles não sabem como diferenciar as vozes que ouvem. Bom, não é de se espantar que um dia o profeta disse: "Meu povo perece por falta de conhecimento, porque tu o rejeitaste, por isso te rejeitarei como sacerdote... (Transcrição livre de: Os 4.6)".

O que acho mais engraçado nesse versículo é que as pessoas vivem dizendo que o povo morre por que conhece pouco, mas dificilmente você vai ver alguém citar que isso é culpa dos caras de microfone que não fizeram o serviço direito. Afinal, acho que precisa muito mais do que uma hora e meia, uma vez por semana, para que o conhecimento resulte em frutos de experiência cristã, a fim de criar uma onda de exemplo forte que sirva como pregação para os que desconhecem o evangelho.

Tópico 2 - Os irmãos mais velhos influenciam os mais novos.

Veja a dinâmica em uma família: os mais velhos começam a se tornar diferenciais para os mais novos, no lugar do pai e da mãe, assim que chega a adolescência. E muitas vezes, os próprios mais velhos, acabam sendo substituídos por amigos ou outros exemplos conforme a idade se avança. Todavia, é fato de que os mais jovens se espelham nas palavras e experiências vívidas dos mais velhos para formarem suas próprias.

E está aí porque eu acho que o evangelho para a geração dos mais jovens está fadado a sub-vida (se é que existe essa expressão). Eu me considero essa galerinha mais velha e vejo os mais jovens que estão ficando bem grandinhos agora. Bom, todos os meus traumas, raivas, ódios, rancores e dessabores vívidos na religião foi percebido por eles. Assim, vejo refletir na nova molecada os mesmos comportamentos que eu e minha galera teve. Nossa experiência foi horrível e, por isso, a deles está sendo. Nossas opiniões envenenadas estão em seus ouvidos e... pasmem! Eles foram testar as experiências e acabaram por terem as mesmas. Afinal, os mesmos caras que me massacraram estão lá esperando eles alguns anos mais tarde e terminaram sua missão. Claro que isso não é a regra geral, tem os que permanecem, mas o número dos que são vão é assustador.

Se as gerações são interdependentes, não tem como cuidar da nova se não salvar a atual. Se você quer um bom evangelho a ser transmitido terá que se ocupar em limpar e suturar diversas e inúmeras feridas primeiro. Por que? Simples, estrategicamente é óbvio e claro o conceito de que para atingir um grande número de pessoas é necessário descobrir e trabalhar os "indivíduos pontes", "os betas" e ai vai muitas nomenclaturas. Quem são? São aqueles que conseguem entender a geração passada e transmitir uma mensagem para a próxima. E são exatamente essas pessoas que estão putos com a geração passada e transmitindo sua realidade nua e crua para a próxima.

Tópico 3 - Um serviço de SAC.

 A religião hoje é pautada pela experiência, se acha acima do conhecimento, não se preocupa com os soldados feridos e só quer ganhar os novos. E... se isso não bastasse... ela não precisa dar satisfações de si mesmo. É por isso que tem tanto religioso babaca nesse mundo. Ele não pensa muito e repete o que o cara de microfone diz. Ele odeia o homossexual dizendo que o ama. Ele odeia o pecado e diz que aceita o pecador expulsando os adúlteros da comunidade. E assim caminha a humanidade.

O Reino segundo Jesus apresenta respostas para as perguntas mais óbvias das pessoas e, se por algum motivo, a resposta ainda não pudesse ser dada ela era prometida para logo mais. Não vejo uma religião decente se não responder as perguntas das pessoas. Para mim respostas esquivadas é sinal de falta de profundidade ou de falta de veracidade. Não consigo conceber um evangelho do Reino pautado em misticismo.

Aí você vem com toda cara de pau do mundo e diz: "e a fé?".

A fé, respondo eu, é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. Preste atenção nas palavras: fundamento e prova. Isso meu amigo são respostas. A fé é uma resposta para algo que você não consegue mensurar ao olho nu. A fé é o milagre materializado quando alguém pergunta se existe milagres. Ou você se esqueceu de Jesus respondendo João dessa forma. Ele não podia mensurar em palavras a resposta que João queria, portanto, fez a fé se transformar na resposta. Jesus agia assim sempre.

Não é atoa que ele perguntou: "Quando o Filho do Homem vier, achará fé na terra?". Hoje, ter fé é sinônimo de não ter a resposta para algo mas mesmo assim você se encucou naquilo. Não vejo, falta de respostas no novo testamento. As dúvidas não respondidas eram sanadas com fatos a olho nu. Ooutras eram respondidas com base no conhecimento. E assim, se baseou o livro de Atos.

Termino com a seguinte sentença: Não se propor a responder é o primeiro sinal encontrado pelas pessoas de que ali, onde você está, não tem resposta alguma.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

O olhar

As pessoas não se olham mais, perceba alguém falando com você e conte quantas vezes ela está diretamente te olhando. Poucas. Quando os olhares se cruzam em alguns segundos alguém o desviará. É involuntário, encarar causa um certo desconforto, parece que alguém está te invadindo, descobrindo, interpretando.

Acho interessante o olhar, pois ele constrói a intimidade ou revela a falta dela. O olhar revela respeito ou desrespeito, consegue infligir superioridade ou revela igualdade. No olhar se diz tudo, inclusive aquilo que se quer esconder.


Quanto tempo você ficou olhando sua mãe, seu amigo, seu colega de trabalho. O olhar cria memória e torna eterno momentos curtos. Posso te dar uma dica hoje? Olhe mais essa semana, para as coisas e as pessoas, encare mais. Se deixe revelar e permita-se revelar a outros.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O prazer de ser pecador...

Já ouvi dizer: "você é um homem de Deus". E talvez essa tenha sido a frase menos certa que alguém poderia me dizer. A presença de Deus é dada a qualquer pessoa que quiser se aproximar dele, sem acepção, sem favoritismo. Diagnosticar pessoas como "homens de Deus" ou "mulheres de Deus" é um erro por si só, como se isso fosse uma badge que você ganha no Foursquare por ir bastante na igreja ou ter dado vários check-in nas vigílias que se tem por ai. A comunhão com Deus não é medida assim e se você acreditar que é e que você realmente é um super dotado "homem de Deus", sem perceber, irá se transformar exponencialmente em um soberbo de merda que prefere a bolha dos "fulanos de Deus" ao invés de andar e viver a vida real com homens e mulheres reais.

Conheci "homens de Deus", homens que se diziam ou as pessoas diziam que eles eram assim. Foi perceptível suas mudanças, mesmo que eles jurem que seja um processo de santificação e evolução cristã (se é que podemos afirmar que existe isso entre a mensagem dita por Jesus). Uma coisa é fato, foram esses que pararam de andar entre os doentes e os pecadores e começaram a criar templos, momentos, reuniões para "santos" e aos poucos incluir uma teologia que para ser assim você não pode andar com os diferentes de você.

Ser pecador não me dá prazer em ficar pecando e ficar trollando o Reino de Deus. Pelo contrário, é sabendo quem eu sou e, principalmente, quem eu não sou que eu posso viver sem essa soberba disfarçada de santidade, ser mais humano e filho de Deus. Afinal são esses filhos que Jesus teve por missão levar para dentro da família outra vez, ele me conhece e se me ama, me ama assim mesmo, se eu mudar ainda me amará. Porque amor é incondicional e se ele me deu é porque é sincero e não tenho que me travestir de "homem de Deus" para conseguir isso.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O fim do começo.

Sonhar é bom, né?! Em nossa mente tudo é lindo, as coisas dão certo. Os problemas são vencidos depois de alguns minutos falando sozinho. O olhar se perde no horizonte enquanto um mundo inteiro é construído nos pensamentos. Temos tudo lá, roupas, detalhes, diálogos, amigos, inimigos, embora sempre vencidos, amores, vingança, paz, perdão. Quem já não foi presidente, chefe, ator, esportista, amante, devasso, político, empreendedor social, bom, malvado, desenho animado, criança, velho, ancião, sábio, prepotente e por ai vai... Esse é o começo dos sonhos, a própria ação de sonhar!

Mas, como se encerrava filmes antigamente, o "the end" sempre chega na grande tela preta do cinema. E esse sonhar tem que ter fim, ou melhor, não tem que ter. Mas é bom que tenha. Alguns tem o fim de um e vão para outro sonho e vivem sonhando mil e uma coisas, como macaco de galho em galho. Poucos, bem pouquinhos, passam desse filme para o próximo. A parte dois do sonho, a volta do blockbuster para as telas. O fim do começo é o início do meio. É a hora em que o ator principal passa pelo seu principal plot point, acorda e tem que fazer tudo aquilo acontecer. Isso meu amigo, é o fim do começo e o início do meio, como uma bela trilogia cinematográfica.

Chapa esquenta para todo lado! Tem que se mover, sofrer, vencer. Vemos que nem sempre as coisas seguem o que imaginamos, quando estamos falando de acordar e trazer a materialização do sonho. Nos adaptamos, readaptamos. Desfazemos, reconstruímos. Bem vindo ao admirável mundo real. Aqui somos todos iguais, com gana ou sem. Quem vem para essa parte do set de filmagem tem que vir com tudo, aqui separa homens de meninos, começar é a palavra. A parte dois dos três atos é o começo!

terça-feira, 2 de julho de 2013

Silêncio

O trânsito tem tanto barulho, aquela buzinação das motos, o arranque do motor, o rádio do outro. O trabalho é tão barulhento, o tec tec tec do teclado, o som do Youtube, as conversas nas reuniões.

A mente é tão barulhenta, aquele eterno som dos pensamentos, a imaginação em seus atos teatrais, o diálogo consigo mesmo que não respeita uma só pausa. Os sonhos são tão barulhentos, as convicções que pulsam, a consciência que te julga, o medo de não ter tempo e a coragem para tentar de novo.

Shiiiiiiiiiiiiiiiiii... não quero ouvir o amigo, a namorada, a igreja, a sociedade, meu pensamento, meus sonhos. Um minuto de silêncio por favor. O silêncio que traz paz, acalma o espírito e que em um mundo tão barulhento tem o poder de te fazer ouvir, como se fosse a primeira vez, o som da própria respiração. Adquirindo a percepção de que mesmo com todos os sons que fazem você diminuir e expandir, você ainda é o mesmo, está ali e deve apenas viver.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A ideia fixa

O problema do mundo é a falta de ideia fixa. Aquela determinação imutável de se querer algo, desejar isso como se fosse algo vital para a sobrevivência. Esse é o problema das pessoas, elas não tem a ideia fixa. Não é falta de determinação, não é desistir facilmente. Não se trata disso, ideia fixa em algo é praticamente um estágio de loucura. É um sentimento que lhe emerge o bom e o mal dentro de si, faz de você um gigante imensurável sedento por algo. Isso é ideia fixa!

Para alcançar algo você pode desistir disso ou daquilo, todavia, toma outro caminho para a ideia. Você luta dentro das suas regras (até infringe algumas dependendo do caso) mas segue no foco. Todavia, olhe para o lado... veja quantas pessoas determinadas estão lutando por seus sonhos, porém, muitas ou a maioria nem chegará perto dele. Falta lhes algo... uma obsessão que transforma pequenos seres em personagens biográficos invejáveis que nos dão o sentido literal da palavra herói.

É sobre esses obcecados que se escrevem livros, fazem filmes ou pagamos caro para ouvir suas palestras. Eles falam: "tenha foco nos seus sonhos" mas guardam o verdadeiro segredo de ser obcecado pelos sonhos. E você sai inspirado e com desejo de realizar tudo até que no dia a dia você se embaraça e se perde. Passa um tempo e volta com tudo, se complica e se perde. Seu problema não é desistir, perder ou levantar e recomeçar. Seu problema é que você ainda não transformou esse desejo em ideia fixa, não fez dele algo vital à sua sobrevivência e não se dispôs a sacrificar o foco e a determinação pela grande e salvadora IDEIA FIXA.

O vizinho

Quem mora em apartamento sabe muito bem o que é ter vizinhos. Quem mora em casa sabe muito bem o que é não dar intimidade aos vizinhos. Aqueles que moram em cidade pequena sabe o quanto um vizinho pode ser parte da sua vida e ainda há aqueles que nunca viram seus vizinhos. Mas todos sabem que ele mora ali ao lado, quem mora? Nunca se sabe ao certo. Se ouve os passos, ouve as falas, consegue até sentir a tensão da casa ao lado pela forma que o vizinho abriu a porta ou entrou pelo portão.

Ter vizinhos é um misto de vários sentimentos. Curiosidade, desconforto, amizade, inimizade. Aqui em casa é complicado, há os vizinhos dos fundos que sempre ouvimos um briga ou outra, há os da frente que são mal encarados e sentam no meio fio lendo e relendo sua rotina, há os das ruas com seus rádios no máximo, também tem uma mulher que fala bom dia todo santo dia e um velho rockeiro que anda com sua Harley vez ou outra. Isso porque agora vivo em casa e seria muito desconcertante falar dos vizinhos quando eu vivia em apartamento.

Bom, para fim de conversa ter vizinho é uma boa maneira de se entender sua própria vida. Porque eles nos veem exatamente da mesma forma, nos rotulam da mesma forma e provavelmente se tiverem um blog escreveram sobre nós da mesma maneira. O que eu aprendo com isso? Duas coisas, a primeira é que por mais que eu não me veja, as pessoas me veem, o que me faz entender que só poderei diminuir os rótulos preconceituosos ao meu respeito se assim também eu conseguir ser com os demais. E outra é que eu nunca poderei saber na essência as características e a personalidade de quem mora aqui perto, da mesma maneira em que eu nunca conseguirei entender tudo ao meu redor e todos (inclusive eu) em sua complexidade. Sempre irei supor, conjecturar, mas na real não saberei se mora um psicopata ou um humanista aqui nas casas das redondezas. Como dizia minha avó (a quem eu tenho muita saudade): "vivemos aprendendo e morreremos sem saber". Acrescentaria um: "inclusive sobre nós mesmos".

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O complexo de messias

Quando eu era mais jovem eu sonhava em salvar o mundo. E já salvei de diferentes formas, em vários sonhos acordados, desses que se fala sozinho enquanto a imaginação corre solta durante a espera do sono. E nunca economizei em sonhos, sonhei em resolver os problemas da nação, das crianças de rua, dos viciados, dos perseguidos, da economia, das guerras. Já imaginei inúmeros projetos, alguns cheguei até a planejar por completo. Sempre quis dedicar a minha ridícula vida para que alguém tivesse uma que não fosse em nada ridícula. E hoje, como todo mundo percebe cedo ou tarde, descobri que a vida não favorece sonhadores. Ela é cruel. Sim, a vida é cruel. E dizer isso me fez ser o mais pessimista entre todos os meus amigos e inimigos. E, na boa, hoje sei que isso pode salvar minha vida.

Já fiz todos os discursos ideológicos possíveis, já fui um dos mais politizados adolescentes de minha época e para dar crédito ao paradoxo da vida, hoje trabalho em uma profissão capitalista que enriquece pessoas através do incentivo ao supérfluo de outros (na maioria das vezes é isso). O que mudou? Aceitar a realidade. Não dá pra levantar nenhum dos projetos que um dia imaginei sem recursos, como os meus jogos na mega-sena ainda não deram resultados só dá pra trabalhar como prole e tentar fazer o dinheiro render. É quase impossível ser relevante na sociedade sem o networking adequado, se você não vender sua alma para isso, precisará trabalhar e conhecer pessoas como ninguém. Em um eterno "provar que você é capaz" para o resto da sua vida. Então, posso hoje ser o sonhador mais pessimista do mundo, todavia, reconheço que certas lutas nunca serão ganhas e um trabalho bem feito tem que ser relevante para o todo.

Respeito o trabalho um por um, acho que ele pode e é importante. Acho que não adianta dar cidadania se o cidadão vai morrer de fome antes de terminar o ensino médio. O equilíbrio é a política estatal que promove um e o outro. A sociedade que inspira o bem e contém o mal. O jurídico que reconhece o inocente e não salva o injusto. E por ai vai... Para não extender, a violência não irá ter fim. O mal não acabará. A família está fragmentada. A sociedade (a começar pela brasileira) está em crise. A democracia é uma ilusão. E o mundo caminha de uma forma moderna e tecnológica o mesmo caminho que percorre desde que existe. Reconhecer isso é o primeiro passo para começar o trabalho. Como diz uma música da Zélia Duncan, "Desse trauma de ser Cristo, deixa disso. Vira o disco. Deixa". Não somos salvadores do mundo, nem da humanidade. Podemos ter nossos sonhos realizados, sim! Mas com o pé no chão! Lutando, com garra e força. Só assim, pensaremos em soluções que podem impactar milhares, salvaremos um a um e quem sabe...muito quem sabe, poderemos salvar uma parcela do mundo da tão cruel vida, que nunca será tão cruel enquanto estivermos preocupados só com o status no Facebook ao invés de dar uma boa olhadinha no dia a dia dessa bola azul.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A Bíblia, 2 versículos e deixa pra lá.

As opiniões sobre a Bíblia são controversas, alguns vivem dizendo que: "São o que a Bíblia diz que eles são, que podem o que a Bíblia diz que eles podem", outros beijam o livro e dizem: "Crer até nos mapas", ainda há os que acreditam que seja um grande livro de metáforas com pedaços da voz de Deus nas entrelinhas, e por fim há os que a vêem como um livro histórico de um religião velha e decadente e deve ser ignorado. Bom, independente do que se crê uma atitude permeia todos eles, todos selecionam o que querem e o que aprovam suas atitudes ou seu modo de ver a vida.

Assim alguns dizem que sofrer é bom, outros que nasceram para a prosperidade, há os que falam de amor incondicional, uns sobre como vingar-se é uma possibilidade dada por Deus, surgiu pessoas que aprovaram o casamento gay usando a Bíblia e outros apoiam a não divindade de Jesus. Onde eu quero chegar? Se você tiver paciência e ser genioso você pode provar o que quiser com a Bíblia.

O que me dá medo são os seguintes versículos:

Pois virá tempo em que os homens não suportarão a sã doutrina, mas desejosos de ouvir coisas agradáveis, cercar-se-ão de mestres segundo os seus desejos,
e desviarão os ouvidos da verdade e se aplicarão às fábulas.
2 Timóteo 4:3-4

Ultimamente eu sempre penso sobre isso, "Será que não estou procurando gente que fala o que eu quero?". E acho que essa pergunta é sempre interessante para se fazer. Será que nosso caminho é mesmo o melhor e dos outros errado? Será que dizer que os outros estão errados não é a forma errada de estar certo? Se o amor é a medida de equilíbrio por que nos cercamos dos verso da Bíblia que nos empunha as armas para a batalha? Será que faremos tudo o que ela diz? Será que o que ela disse é para nós vivermos hoje também? Será que usaremos histórias narradas como profecia e tempos antigos como metáfora para promulgar nosso modo de pensar?

Deixa pra lá... vou dar um tempo de escrever. Tenho visto tanta coisa ruim e errada sob uma camisa do "nós que estamos certos". Que me cansa. Já foi difícil vencer o ódio que a vida me acorrentou. Agora, se conselhos não bastam e todos estão certos. Boa guerra! Por que eu me manterei em paz. Deixa pra lá...

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Desabafo rápido...

Ás vezes eu me canso das pessoas. Pensa bem, sempre tão alienadas, tão babacas. O mundo indo pro ralo e todos vivendo a mesma paranóia social.  Você tenta gritar: "Acordem! Esse é o caminho do precipício  Eu mal consegui sair daqui, voltem!". E elas olham para você, com aquele ar orgulhoso, soberbo e prepotente que você mesmo já teve, e dizem: "Não se preocupe, sabemos o que fazemos. Isso não será assim conosco!". E como diria o brilhante Lulu: "Assim caminha a humanidade, em passos de formiga e sem vontade".

Escrever isso me faz parecer um pouco sociopata... é, eu sei. Mas, se parar para pensar friamente somos apenas o vírus do planeta. Consumimos orgulhosos todos os recursos, nos matemos, nos traímos, somos o pior animal que deveria ter adquirido a consciência. E admitir isso não me faz ser sociopata mas sim o único entre tantos que reconhece que somos um projeto falido  Os cientistas já dizem de explorar o espaço porque aqui não teremos mais como viver, e ainda assim continuamos. Saiu uma reportagem recente dizendo que uma pesquisa no Brasil comprovou que nós sofremos de ócio coletivo, "se ninguém reclama não serei o primeiro a fazer isso", então ninguém se levanta para tirar corruptos e buscar concertar as coisas. A não ser que a mídia proponha tirar um qualquer irrelevante em prol de uma suposta causa enquanto faz toda uma manobra por traz. A manada se levanta e segue como um bando de estúpido que não consegue discernir nem a direita nem a esquerda.

Estou cansado de lidar com todos esses sentimento e ser influenciado por eles, me odeio ao olhar no espelho e ver que esse comportamento humano me têm sequestrado. Não sei se esse é o problema do Brasil e em algum país mais decente as coisas são diferentes, mas o fato de estar aqui me dá um descrédito geral. Não veja mais saída, nem a religião, nem a filosofia, nem a fé na humanidade. Será que Deus ainda nos ama? Será que ele não foi criar tudo novo lá em Plutão? Já não acredito em ouvir respostas. Sei lá... é como se a gente tivesse em um aquário gigante e por mais que alguém bata no vidro ainda somos peixes idiotas que vivem ali achando que não tem mais nada fora daqueles centímetros quadrados.

p.s: desculpem a escrita e concordância mal feita... foi só um pensamento pra tirar da cabeça.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O mundo dos Corajosos Covardes!

Eles falam com vigor, olham para frente e ameaçam dizer isso e aquilo. O sangue ferve nas veias do corpo e os olhos alargam a face. "Sim, ele está falando sério!", pensa você com um pouco de apreensão do que aquela pessoa pode fazer. Aconselha a ter calma e recebe uma bruta resposta em troca. "Aquele Fulano é isso...", "O Beltrano vai ouvir tudo isso se me disser aquilo...", "Vou fazer isso e aquilo quando tal coisa acontecer...". Promessas e ameaças percorrem os humanos mais corajosos até...

O tempo tem essa propriedade. Revela o que as pessoas realmente são... covardes. A tal coisa acontece, Fulano diz aquilo outro e na hora do vamos ver, aquele ser que prometeu ônus e bônus muda do vinho para a água, falta pedir desculpas ou até pede e fica todo ressentido. Tenho vontade de lhe apontar o dedo na cara e dizer: "Covarde, desgraçado! Você não disse que ia fazer tudo aquilo?". Mas me pego tendo apenas dó dele, assinto com a cabeça e guardo meus pensamentos para mim, afinal é triste desmanchar alguns castelos de cartas.

Esse é o mundo de hoje: indiretas e ameaças. Fofocas e mitos. E no fim das contas, os covardes se reúnem entre si para se consolar aprovando um a atitude do outro. E se confirma o ditado... Cão que ladra não morde. Tenho medo dos que escutam, dos que olham no seu olho e dizem algo sem alterar a voz, sem revelar medo ou inquietação. Esses são perigosos... os sinceros! Porque a última vez que fui deixado para trás foi bem após a frase: "Tamo junto, amigo!". Desde então aprendi a não confiar nas palavras e procurar no olhar a verdade sobre o que é feito de verdade o espírito de alguém.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Chuva

Estou em uma cidade que chove bastante, porém, sempre em determinada época. Daqui a um tempo as chuvas param e ficamos por volta de 100 dias sem uma gota de chuva cair do céu. Portanto, por mais que a chuva seja incômoda, em algumas momentos, não há nada melhor do que aproveitá-la ao máximo. Tomar um banho de chuva, correr e brincar (independente de quantas dezenas de anos você já alcançou) e o que seria mais interessante observar as pessoas na chuva.

Lembro que em meus banhos de chuva gostava de andar pelos lugares mais encharcados e olhar ao redor o pavor das pessoas de se molharem, muitas se encolhiam como bichos acuados em paradas, outros tentavam correr para se molhar menos (triste ilusão), outros apenas praguejavam. Mas o que me divertia era ver a reação dos seus rostos quando elas me viam ali, caminhando calmamente embaixo de um temporal, cantando, rindo ou falando sozinho. Louco de uma lado e loucos de outro.

Ás vezes somos tão abitolados em nossas vidas que esquecemos que somos parte da natureza, somos tão defensores modo humano de viver que deixamos para trás o quão parte de nós é o planeta. Não é atoa que as pessoas esqueçam de se relacionarem, ou essa relação se torne fria e desinteressante, pois quanto mais nos fechamos no nosso mundinho mental, nos distanciamos do mundo real, da percepção de que a vida se constrói no agora e que mesmo não tendo dinheiro algum (ou o objeto desejado por você a anos), ainda há ar, amor, pessoas, Deus (se você acreditar que Ele existe), compartilhamento e o mais importante: tempo. Tempo para aproveitar a chuva no meio da rotina e fazer da rotina menos "rotineira", afinal, se você olhar pro lado, nenhum dia nesse planeta é igual ao de ontem, uma nova pintura a cada hora, só você que vive a mesma coisa sempre em frente a tela desse computador.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dúvida

Entendo o sentimento de dúvida. Ele se apresenta de forma carinhosa e ingênua e dele parte a sabedoria e a curiosidade do conhecimento. E, de certa forma, isso é verdade. Porém, esse sentimento só é útil para construção quando o fim dele é o conhecimento. Quando não, ele se torna justamente o oposto, o contraponto, a âncora que puxa à destruição. Destruir o que? Você iria construir algo, buscando o conhecimento a partir da primeira dúvida, só que não encontrou. Mas a dúvida não recua um só passo e essa exposição faz com que ela se torne uma espécie de ácido, quando estagnado corroe rapidamente.

Entendo o sentimento de medo que vem da angústia dessa corrosão, ele vai destruindo as bases e ampliando a ansiedade das não-respostas. Portanto, compreendo a negação de Deus, a falta de compreensão do amor e a ressignificação de conceitos antigos, por exemplo o da família. Isso se dá pelo simples fato de que quando você não encontra as respostas dá início às perguntas. Quando ninguém as responde você começa a desconfiar de que talvez não haja.

E por fim, esse momento pede uma escolha para dois caminhos:

- Acredita, sem provas, e quase cegamente continua.

- Nega a existência de algo e parte para a busca de um oposto que substitua, simplesmente, aquilo que não foi respondido. Ou seja, aceita o fato de não encontrar o objeto que responderia a dúvida e segue adiante.

Qual o certo? E o errado? Bom, depende de você e como construiu seu modo de pensar no decorrer da vida. Complicado...

segunda-feira, 25 de março de 2013

Queda Livre

A sensação do vento na cara e o corpo se tornando leve sem importar o quão pesado realmente está, isto é queda livre. Só quem já caiu de uma altura considerável pode entender essa sensação, o momento em que o corpo perde o chão fixo e eleva os batimentos cardíacos, os olhos ficam esbugalhados, a pele sofre o atrito do ar e de repente você tem a falsa impressão de estar voando. É bom, é gostoso. Mas, o fundo se aproxima, o chão é certo. Todo aquele momento há de ter fim, em abrupto susto de ansiedade pela salvação.

E quando se fala de salvação é memorável o olhar para cima, como se das nuvens pudesse vir algo e te segurar. E sempre em uma dessas visões, como uma Madonna segurando um brilhante Jesus, é possível ver alguém. Pai, Mãe... Deus?! A silhueta contra o sol faz ser impossível diagnosticar. O certo é buscar na lembrança quem estava perto de você, quem te alimentou, quem te levou até ali e... quem foi mesmo que te empurrou?

Sim, nem toda queda livre é realizada por vontade própria, com pará-quedas nas costas a partir de um aviãozinho controlado. Ás vezes a queda livre é por vontade imprópria, imposta. E quem te empurrou mesmo? Sim, foi o ser que você mais confiou. Mas, isso não faz diferença agora, quem está caindo rumo ao fim é você. O jeito é se revirar, perceber que o ar bate no seu corpo e muda sua direção. Esticar seus membros e ver que eles podem planar, sobreviver implica em mover-se e isso faz você voar. Subindo de novo ao ponto em que caiu e ver que, para se fazer valer como uma águia, foi preciso ser lançado. Aprendendo a simples lição da vida: nem sempre amar é estar junto e cuidar é levar nos braços, muitas vezes o "não"e o "abandono" é a melhor forma de mostrar aos seres vivos que eles podem ser... o que eles quiserem ser.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Ressaca moral

Paulinho foi dormi com aquela baita ressaca moral. Tinha feito algo que não deveria ter feito e agora estava com aquele sentimento de remorso por conta disso. Não que ele se arrependesse daquele modo de falar  "putz, como foi ruim". Por que não foi ruim, foi bom, em certo sentido, apesar dos pesares que teve que passar. A questão aqui não é o que Paulinho fez e sim o sentimento que agora o perturbava, afinal, aquilo que o pobre fez não era lá bicho de sete cabeças se fosse perceber o contexto todo. Muita gente ainda por cima não tinha problemas de remorso depois disso. Mas, Paulinho por ter ouvido uma vez que isso era embaraço, agora não conseguia se livrar desse pensamento o julgando.

No outro dia esse sentimento ainda o perturbava. Vergonha. Ninguém sabia o que ele tinha feito, todavia, lá dentro da sua cabeça havia um martelo fixando o fato para que não esquecesse. A vergonha é algo notável, ela te amarra. Não que ela seja uma amarra de vida e sim que ela realmente te amarra a um marco imaginário. Você não se move. Fica nu diante da situação, envergonhado, sabendo que mover-se mais ainda te envergonhará.

Vergonha até permite você se aproximar das pessoas, entretanto, lá dentro de si você não se aproxima. "Será que se elas soubessem o que eu faço quando elas não estão por perto, ainda assim, ficariam perto de mim?". Então, a vergonha te distancia até o remorso passar, a consciência deixar de martelar e você se encontrar de novo bem. Até que... "putz, de novo". Mas um dia Paulinho ficou com ressaca moral.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Não valemos nada

Há pessoas que nos orgulham e há pessoas que, como nós, são pura decepção. E é hilário como por mais bom que possamos ser, ainda haverá uma pitada de "sacana" em nossa estrutura. Ainda seremos os filhos que não tem tempo para os pais, mesmo depois de terem dedicado a vida e a grana deles em nós. Somos aqueles que amamos muito, e vez ou outra não amaremos de volta o mesmo tanto que alguém nos ama. Podemos trair, podemos pensar em trair, o que já seria hipoteticamente uma traição. Usaremos nossos preconceitos, seremos rudes desnecessariamente. E, por ai vaí...

Costumo pensar que ingratidão é o pior dos males. Uma pessoa ingrata fere mais do que qualquer outra, pois ela usa tudo que lhe foi confiado e depois sem dar a mínima "toca o barco", deixando a outra pessoa em um vazio, ou como diria os adolescentes "no vácuo". Por isso, fico aqui pensando o quanto de maldosa ingratidão posso estar espalhando por aí. Por outro lado ainda permanece a questão: "Como não ser ingrato?"

E sem essa resposta acredito na impossibilidade. Por que seres humanos não conseguem não ser ingratos. Eles realmente não possuem esse código genético dentro deles. Pois, vez ou outra, iremos cometer qualquer atrocidade (por mais singela que possa parecer) contra alguém que jurará de pé junto que não deveria ser assim. Seremos consumidos por nossas paixões, nossa sede do novo, nossa utópica liberdade, vontade de sermos e dizermos o que quisermos. E, violando outras pessoas, manteremos firmes nossa bandeira de auto-expressão ou de ir e vir com liberdade. No fundo, toda expressão de ingratidão revela o egoísmo. Seja de quem agiu com ingratidão ou de quem sentiu a ingratidão com o desejo de receber a recompensa pelo retorno. Profunda dúvida permanece... "Ser ingrato, ser egoísta ou não ser humano?".

sexta-feira, 15 de março de 2013

Sorriso.

Há gente que reclama de sorriso amarelo. Como pode? Um sorriso é o caminho para a reconciliação, para a paz e o amor. Se sorrir mostrando os dentes já é contagiante, o sorriso de ampliar o rosto é emocionante e a risada é quase um abre-alas. Porque o sorriso amarelo não pode entrar na lista?

Calma, não se ofenda. Sorrir faz bem para a saúde, afinal, não sorrir é bem pior. Passe por alguém e comprimente e espere o retorno. Um olhar sério, balançando a cabeça, uma inclinação de sobrancelha tudo é relevante. Entretanto, o ambiente continuará formal. Sério. Tenso. Arrancar um sorriso em um ambiente assim é algo incrível.

E o sorriso? Tente ser amável com alguém assim. Tente de novo. Tente amanhã. Dê um presente. Peça perdão. Fale algo carinhoso. Seja gentil. Quando essa pessoa, depois de tudo isso, der aquele sorriso amarelo e sem graça. Uau. Que grande passo! Fique feliz, depois de um sorriso amarelo é sempre mais fácil encontrar o sorriso sincero e arreganhando os dentes. Por isso, sorria! Não para ser positivista ou positivo no dia. Sorria porque o mundo precisa de sorrisos para quebrar a solidez e mudar os corações.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Tristeza

Tristeza é como uma erva daninha. Não que eu saiba tudo de jardim para fazer essa analogia, todavia, pelo que dizem por ai essas plantinhas causam bastante problema. Acho que estar triste é como elas, crescem devagar entre o jardim e para arrancar é um saco. Estar triste para mim é diferente de ser triste, o que por sua vez é bastante distante de ser depressivo ou estar com sintomas depressivos. Mas, no fundo, se juntarmos tudo no mesmo pacote tenho a leve impressão de que todas essas coisas nascem da mesma forma.

Um acontecimento não muito bom, agraciado por um aspecto de desesperança faz brotar as mudinhas de tristeza no coração. E desesperança é o alimento da tristeza, quanto menos você acredita que a situação pode mudar mais a tristeza cresce. Quando os fatos cotidianos colaboram com a desesperança a tristeza vai afundando suas raízes. Acredito que é por isso que amigos são importantes, eles tem o poder de alimentar esperança e renovar as forças para se acreditar em uma mudança. Porque é justamente acreditar que algo pode mudar que altera o fluxo da tristeza.


Pergunte agora a alguém que esteja triste se é fácil assim! Ele vai baixar os olhos e pensar sobre o fato de você não saber nada do que ele está passando. Porque tristeza é uma raiz forte, ela vai fundo e quando se assenta, derrubar é coisa de outro mundo. Estar triste faz parte da vida, ser triste é um estilo de vida, estar com sintomas depressivos pode ser uma causa de médico e ser depressivo é um problema grande. Em todos os aspectos, acredito eu, tristeza nunca será algo bom. É por isso que as pessoas deviam ter um radar para detectar tristeza ao redor delas e combater. Não no intuito de proibir mas sim para trabalhar para vencê-la. Quem sabe ai amigos seriam mais eficazes, namoradas mais próximas, pais mais presentes, colegas de trabalho mais conselheiros. Entretanto, já diz o triste escritor para as nuvens da janela: "Ah, pobre pequeno! O mundo não é assim!".

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Silêncio

O silêncio é um caminho rápido para uma longa conversa. É como se toda dimensão das palavras coubessem mais no vazio do que na fala. Silenciar-se é expressar o máximo de si em uma atitude. O olhar caridoso dentro do silêncio de dois corações apaixonados, dois amigos que sem palavras dizem tudo, o vazio das palavras frente uma acusação, ou calar-se no íntimo do ódio.

Não falar amplia os outros sentidos e expressa sua opinião. Todavia, não falar quando deveria pode ser mais perigoso do que falar demais. Se as palavras forem ser subjugadas, a fala deve ser expressa pelos outros sentidos. O silêncio de todo o corpo traz a morte da comunicação e isso implica em separar-se. O silêncio que separa destrói a alma, todavia, o silêncio que expressa uma comunicação eleva a alma.

Portanto, ao silenciar-se. Lembre-se: do vazio brota elevação ou destruição. Sorte e azar na mesma moeda, jogá-la sem saber qual lado irá cair para cima é uma tentativa de vida dos mais tolos.