segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O meio-fio


Caminhar por longos quilômetros é sempre bastante cansativo. Já fiz boas caminhadas por Brasília, de uma ponta a outra ou de um ponto ao outro. Caminhando sem rumo ou inventando um rumo. Em um colóquio de uma pessoa ou em um monólogo entre duas ou mais pessoas. Caminhar faz bem - é o que os médicos dizem - ao coração, para melhorar a musculatura ou aliviar a preguiça em um belo ou grosseiro dia. Porém, uma coisa é certa: caminhar cansa.

Se sua caminhada for daqui para ali talvez não canse. Mas uma boa e longa caminhada cansa. Portanto, faz-se necessário uma pausa. Em uma caminhada prevista, possivelmente, haverá pontos de pausa. Em caminhadas arranjadas pode não haver nenhuma. Nesses casos, durante o diminuir do ritmo dos passos, o corpo vai lentamente trocando o vigor pela procura de um lugar de descanso. Quando não se encontra se inventa. Se não há banco a pausa pode ser muito bem dada em um meio-fio.

E ali, no meio-fio, que se passa as melhores reflexões: "porque entrei nessa empreitada", "me sinto realizado e estou quase chegando", "devia ter trago algo para comer", "posso voltar de ônibus", "terei que voltar tudo", "não achava que o caminho era tão longo", etc. Esse período de descanso é quando sua mente mais vai questionar e julgar se foi boa ou não essa decisão. Outras pessoas poderão passar perto e tomar algumas opiniões próprias, todavia, somente você saberá se valeu ou não a pena e o que fará a seguir.

Partindo então para o ponto, óbvio, em que se usa os três parágrafos anteriores para se fazer uma analogia qualquer da vida, pretendo-me utilizar de um único texto e uma afirmação:

O texto:


Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo.
Mateus 13.44

A afirmação:

Se ousar caminhar em busca do espiritual vai chegar em um momento de extremo cansaço e o meio-fio será a melhor opção para uma pausa em um terreno desconhecido. Parar no caminho atrairá a atenção e preconceito de muitos, além do fervilhar de pensamentos na sua mente sobre a decisão tomada, se foi sensata ou não. Portanto, parar é digno para aqueles que peregrinam, se levantar e voltar a procurar, encontrar e viver o que encontrou é uma característica, única, concedida para aqueles que buscam o Criador.

É uma opinião. Boa semana.

Gostou dá um like, comente abaixo ou no email: fiodarabiola@gmail.com