segunda-feira, 1 de abril de 2013

Dúvida

Entendo o sentimento de dúvida. Ele se apresenta de forma carinhosa e ingênua e dele parte a sabedoria e a curiosidade do conhecimento. E, de certa forma, isso é verdade. Porém, esse sentimento só é útil para construção quando o fim dele é o conhecimento. Quando não, ele se torna justamente o oposto, o contraponto, a âncora que puxa à destruição. Destruir o que? Você iria construir algo, buscando o conhecimento a partir da primeira dúvida, só que não encontrou. Mas a dúvida não recua um só passo e essa exposição faz com que ela se torne uma espécie de ácido, quando estagnado corroe rapidamente.

Entendo o sentimento de medo que vem da angústia dessa corrosão, ele vai destruindo as bases e ampliando a ansiedade das não-respostas. Portanto, compreendo a negação de Deus, a falta de compreensão do amor e a ressignificação de conceitos antigos, por exemplo o da família. Isso se dá pelo simples fato de que quando você não encontra as respostas dá início às perguntas. Quando ninguém as responde você começa a desconfiar de que talvez não haja.

E por fim, esse momento pede uma escolha para dois caminhos:

- Acredita, sem provas, e quase cegamente continua.

- Nega a existência de algo e parte para a busca de um oposto que substitua, simplesmente, aquilo que não foi respondido. Ou seja, aceita o fato de não encontrar o objeto que responderia a dúvida e segue adiante.

Qual o certo? E o errado? Bom, depende de você e como construiu seu modo de pensar no decorrer da vida. Complicado...

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