No outro dia esse sentimento ainda o perturbava. Vergonha. Ninguém sabia o que ele tinha feito, todavia, lá dentro da sua cabeça havia um martelo fixando o fato para que não esquecesse. A vergonha é algo notável, ela te amarra. Não que ela seja uma amarra de vida e sim que ela realmente te amarra a um marco imaginário. Você não se move. Fica nu diante da situação, envergonhado, sabendo que mover-se mais ainda te envergonhará.
Vergonha até permite você se aproximar das pessoas, entretanto, lá dentro de si você não se aproxima. "Será que se elas soubessem o que eu faço quando elas não estão por perto, ainda assim, ficariam perto de mim?". Então, a vergonha te distancia até o remorso passar, a consciência deixar de martelar e você se encontrar de novo bem. Até que... "putz, de novo". Mas um dia Paulinho ficou com ressaca moral.
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