terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O dia que descobri que matei um homem.


Foi um dia tempestuoso, assim como o eram os últimos que vivi, fui para a igreja cedo. Cumpri com os rituais costumeiros, me preparei para tomar a Ceia. Engraçado que naquele dia estava decidido a não participar dela. Naquela semana tive que admitir que meu processo de reabilitação tinha sido violado, tive que admitir que não estava fazendo com que ele tivesse resultados em mim, enfim, reconheci que aquele era quem eu era e apesar dos esforços não conseguiria mudar. Todavia, a ministração da Palavra aquela manhã foi tremenda, me ergueu, deu um up, e decidi que voltaria ao programa e conseguiria mudar.



Convidado para almoçar na casa de um irmão, parti com um outro para lá. Conversas. Discussões. Naquele segundo interminável ouvi:



- A Papuda não é um presídio, e sim um complexo penitenciário onde se encontram várias casas de reabilitação, entre elas a casa de reabilitação para menores infratores. E trabalhando nela estive conversando com um menino de 13 anos que tinha 3 homicídios na ficha. Conversando sobre a vida dele, descobri histórias surpreendentes (retiradas da fala por não ser o momento de divulgá-las no blog) até que ele me disse – Tio, aprendi a ser homem pelas coisas que me aconteceram na vida, já matei 4 pessoas... – Vibrante respondi – Como você pode ter matado 4 pessoas, você está mentindo para mim rapaz, aqui na sua ficha diz que você matou 3 pessoas, você está me confessando mais um crime? – Aquela criança firmemente e sem titubear respondeu – Não! Matei 3 pessoas como conta na ficha, mas também sei que assassinei mais uma, a primeira foi Jesus que eu to ligado que ele morreu por culpa dos meus pecados...



Foi a história mais sinistra que ouvi nesse mês, fiquei pensando, analisei com cautela e descobri que eu não era só um viciado mas também um assassino. Matei um homem. Nome - Jesus Cristo. Era como se fosse eu, soldado romano, martelando os pregos em suas mãos. A consciência de assassinato em primeiro grau me apunhalou com uma firmeza tão grande que não compreendo como vivi todos esses dias da minha vida tão tranquilamente e dormi com tal suavidade por tantas noites.


“Não matarás.”

Você já analisou que se você não fosse tão egoísta de pecar realizando aquilo que te dá na cabeça, Jesus não precisaria ter gritado no Golgotá? Você já pensou que aquelas marteladas, a apunhalada no lado dele com uma lança seria desnecessária se nós tivéssemos escolhido não realizar certas bobagens, que no final das contas nem trouxeram tantos benefícios assim para nós? Você ficou imaginando o sofrimento quando viu o filme “A paixão de Cristo”?



A realidade é que tudo aquilo foi simplesmente por sermos egoístas ao fazer aquilo que nós achamos que deveria ser feito, quase impossível imaginar que ainda sim ELE nos perdoou. Como ELE mesmo disse – Pai perdoa-os porque não sabem o que fazem.



Realmente, nós não sabemos o que fazemos.

3 comentários:

  1. sem palavras pra descrever o que a minha alma sente nesse momento...

    que amor é esse?????

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  2. postei no outro.. vale para esse também. :)

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  3. é tenso...

    Matamos Jesus. Qualquer Jesus?

    Não ! Jesus, O CRISTO! O FILHO de DEUS !


    Matamos o Filho daquele que, mesmo assim, insiste em ter uma comunhão conosco....

    pequeno amor este não.... ?

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