Ter vizinhos é um misto de vários sentimentos. Curiosidade, desconforto, amizade, inimizade. Aqui em casa é complicado, há os vizinhos dos fundos que sempre ouvimos um briga ou outra, há os da frente que são mal encarados e sentam no meio fio lendo e relendo sua rotina, há os das ruas com seus rádios no máximo, também tem uma mulher que fala bom dia todo santo dia e um velho rockeiro que anda com sua Harley vez ou outra. Isso porque agora vivo em casa e seria muito desconcertante falar dos vizinhos quando eu vivia em apartamento.
Bom, para fim de conversa ter vizinho é uma boa maneira de se entender sua própria vida. Porque eles nos veem exatamente da mesma forma, nos rotulam da mesma forma e provavelmente se tiverem um blog escreveram sobre nós da mesma maneira. O que eu aprendo com isso? Duas coisas, a primeira é que por mais que eu não me veja, as pessoas me veem, o que me faz entender que só poderei diminuir os rótulos preconceituosos ao meu respeito se assim também eu conseguir ser com os demais. E outra é que eu nunca poderei saber na essência as características e a personalidade de quem mora aqui perto, da mesma maneira em que eu nunca conseguirei entender tudo ao meu redor e todos (inclusive eu) em sua complexidade. Sempre irei supor, conjecturar, mas na real não saberei se mora um psicopata ou um humanista aqui nas casas das redondezas. Como dizia minha avó (a quem eu tenho muita saudade): "vivemos aprendendo e morreremos sem saber". Acrescentaria um: "inclusive sobre nós mesmos".
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