quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A Cura do Mundo (Ou quase)

Curiosidade observada:

Já observaram que sempre que discutimos os problemas do mundo, da sociedade, da individualidade exarcebada, das "panelinhas", da fome, da violência e blá blá blá... Sempre. SEMPRE. Ouvimos assim:




"Com certeza se as pessoas se amassem mais, não
haveria..."

"Essa individualidade, essas facções sociais existem
porque as pessoas não se amam, não se expressam, não se socializam
adequadamente, se..."

"A fome e a violência existe porque aqueles
que têm o poder aquisitivo, político ou de influência se abstêm de fazerem sua
parte, se eles..."



Ai eu penso, se vemos os problemas e temos as soluções me diga porque não resolvemos tudo? Arrumamos essa bagunça? Se o AMOR é a solução do mundo, me diga porque não o curamos com o amor?

Aí fico pensando será que defendendo tanto o AMOR o conhecemos?

Pense assim:

Tire o beijo apaixonado de hollywood, as expressões de casamentos dos livros, os abraços do namorado, o afeto da mãe, o cafuné do melhor amigo. O que sobra???

N-A-D-A. Por que nosso conhecimento do amor é tão superfícial, tão idiota, que não consiguimos pensar em amor sem o coração bater por um rosto (que eu queira muitooooo beijar), ou do significado de um afeto de alguém amado (pai, irmão, amigo). Devemos amar só aqueles que vemos? Devemos amar só quem nos ama?

O que diremos daqueles miseráveis que vivem se escondendo nas áreas de guerra civil na África? Dos que tem fome na Índia? Dos que morrem por causa da religião idiota que tem? Dos caras do morro com medo dos paramilitares? Dos indigentes sem terra pra trabalhar? Ou morar? Do colega que teve que abandonar os estudos porque estava sem dinheiro? Vender coisas da casa para pagar contas?

É fácil falar de amor, com uma aliança no dedo e um beijo no rosto. É fácil falar de amor com uma famíllia perfeita (tipo Qually). Com o bucho cheio sentado na rede da varanda de casa. É fácil dizer que temos que fazer a revolução depois de ler Che Guevara (ou uma biografia qualquer).

Essa é parte do texto que deveria começar a escrever o que é o amor, mas também não o conheço, então essa parte eu acabo aqui, sem pretenções.


Me dizem: Deus é amor!

Sim, sei que é. Não conheço o amor e muitas vezes pergunto se conheço DEUS.

Não o Deus caixa rápido, que tem todas as bençãos pra me dar ao passar do meu envelope (cartão).

Não o Deus justiceiro, que só se preoucupa com minha vida no UNIVERSO TODO e está aqui só pra me vingar.

Mas falo do DEUS verdadeiro, o DEUS que é o AMOR. Na minha opinião é um abismo infinito. Uma profundida gigantesca. Não sei definir para você o fim dessa busca, só posso dizer como chegar na beira do abismo, pensar n'Ele e saltar! E se quiser ir, faça sua mochila que estamos atrasados.

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Uma letra do Paulinho Moska que encontrei hoje e ao pensar nisso tudo resolvi colocar aqui para você ler.


"Não falo do AMOR romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e
sofrimento. Relações de dependência e submissão, paixões tristes. Algumas
pessoas confundem isso com AMOR. Chamam de AMOR esse querer escravo, e pensam
que o AMOR é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.



Pensam que o AMOR já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser
experimentado. Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta. A
virtude do AMOR é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e
modificado. O AMOR está em movimento eterno, em velocidade infinita. O AMOR é um
móbile. Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo? E como impedir
que a imagem sedentária e cansada do AMOR não nos domine? Minha
resposta? O AMOR é o desconhecido. Mesmo depois de uma vida inteira
de amores, o AMOR será sempre o desconhecido, a força luminosa que ao mesmo
tempo cega e nos dá uma nova visão. A imagem que eu tenho do AMOR é a de um ser
em mutação. O AMOR quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado
a cada instante. A vida do AMOR depende dessa interferência.



A morte do AMOR é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar
pela estrada reta. Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e
nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim. Não, não podemos
subestimar o AMOR não podemos castrá-lo. O AMOR não é orgânico. Não é
meu coração que sente o AMOR. É a minha alma que o saboreia. Não é no meu sangue
que ele ferve. O AMOR faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito. Sua força se
mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu como se fossem
novas estrelas recém-nascidas. O AMOR brilha. Como uma aurora colorida e
misteriosa, como um crepúsculo inundado de beleza e despedida, o AMOR grita seu
silêncio e nos dá sua música. Nós dançamos sua felicidade em delírio porque
somos o alimento preferido do AMOR, se estivermos também a
devorá-lo.



O AMOR, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e
me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro. A vida só existe quando o
AMOR a navega. Morrer de AMOR é a substância de que a Vida é feita. Ou melhor,
só se Vive no AMOR. E a língua do AMOR é a língua que eu falo e
escuto."
MOSKA

2 comentários:

  1. o grande problema é que todo mundo tem uma solução, mas ninguém cogita a idéia de por em prática, pq no fundo só funciona se todos tomarem uma posição, e mesmo sendo pouco o q cada um tem a fazer, neguinho prefere ser negligente, é mais fácil. Qnt ao amor, tô q nem o paulinho moska: "O AMOR, eu não conheço. E é exatamente por isso que o desejo e
    me jogo do seu abismo, me aventurando ao seu encontro." e qnto a Deus, tb quero o q é amor, pq Ele sim é Deus, Ele sim é o q me faz seguir em frente, e por Ele é que vale a pena viver, e vê-lo apenas como uma caixa rápido ou um justiceiro é o mal do mundo! kk

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