quarta-feira, 1 de julho de 2009

Série - As Mulheres da Minha Vida - Parte II



Já digo de antemão que sou apaixonado pela história dela, não propriamente por ela porque infelizmente não tive o prazer de conhecê-la, nessa história de conhecermos nossos antepassados achei uma história belíssima na árvore genealógica do meu irmão mais velho.

Ela era uma bela moça, com certeza parava olhares por onde passava. Claro que pela época em que viveu os olhares dos homens eram moderados e os comentários quase que sussurros por conta da ordem social de galanteio vigente. Porém, ela literalmente abafava. Uma mulher prendada e com um caráter a ser desvendado, lógico que conseguiu se casar logo. Mas, pela ironia do povo da minha família, o rapaz a levou para morar com quem. Advinha. Com a sogra.

Os tempos não eram fáceis, a cidade passava por uma espécie de recessão, além do povo de lá não ser tão espertos para os negócios. Com o tempo não era de se espantar que em tal cidade desmantelada a linda moça ficasse logo viúva. Como a sogra não era natural de lá, resolveu se mudar para a cidade do interior em que tinha nascido e passado a juventude afortunada.

A pequena moça não sei como dizer, acabou por se envolver tanto com a sogra e aquele papo de Deus que resolver se mudar também e tentar a vida na outra cidade. Foi aí que seu caráter me seduziu. Afinal não é todo dia que encontramos uma pessoa que seja inteiramente fiel.
Se você não acredita faça o teste, pergunte o porquê alguém acha que terminou um relacionamento qualquer, as primeiras respostas sempre serão – Ele a traiu, ela tinha outro, o amor esfriou, incompatibilidade de gênios. Sempre será o primeiro motivo que permeará a mente das pessoas, a falta de fidelidade.
Duas coisas que me impressionaram nela, a fidelidade e a persistência. Assim que chegou à cidade, ela foi trabalhar. Não esperou, não distribuiu currículos. Simplesmente resolveu ir trabalhar, como naquela época as primárias indústrias (não como conhecemos hoje) surgia, ela foi para uma dessas. Agora pense, uma mulher linda trabalhando em um cargo extremamente baixo, com certeza os homens daquele local ficaram estarrecidos diante dela e não é de se admirar que em um lugar tão pequeno ela não atraísse também os olhares do dono do local, que encantado pela sua fascinante beleza e humildade a favoreceu com privilégios no trabalho.

Mulher é tudo igual. Quando chegou em casa a primeira coisa que fez foi contar toda a história para a sogra. Como a mulher era mais antiga da cidade lembrou-se que aquele homem era rico o suficiente para mantê-las e ainda por cima, se a pequena moça fizesse tudo certo, quem sabe conseguiria um bom marido para a nora. Os tempos foram passando e pequena moça continuou a trabalhar ali. Um dia a sogra a aconselhou – Perfume-se e vista sua melhor roupa e fique na casa da fazenda, quando o homem já tiver bebido e for deitar-se, deite-se aos pés dele para que ele diga o que fazer.

Aprendi duas coisas com essa mocinha: A primeira, todo homem é extremamente lerdo. O cara a tinha na fábrica todo o santo dia, mas a ocupação, o trabalho, as tarefas não tinham permitido ver que a mulher da vida dele estava bem ali. O homem só pode perceber uma mulher que está no seu plano de visão, senão ele passará a vida toda e não a notará, o homem é visual. Aquela coisa de se apaixonar e ficar distante esperando que o homem a note e se aproxime, é extremamente Walt Disney. Até a sogra sabia disso, em outras palavras ela estava dizendo: - Esse homem é tão ocupado que chega a ser lerdo, vá e se aproxime do mundo dele fique ao lado dele e então ele a notará, quando ele o fizer então ele agirá como homem e tomará toda a iniciativa e te dirá como será - Bom, era uma época em que mulheres não podiam fazer certas coisas, mas elas sempre são mais inteligentes e espertas que os homens, mesmo que elas não poderiam fazer elas poderiam fazer com que os homens fizessem exatamente o que elas outrora já tinham planejado.

Isso que me encanta na história a sabedoria de conquistar que aquela mocinha tinha. A segunda coisa que aprendo é que nem o homem tem que correr atrás de uma mulher, nem a mulher do homem. Os dois tem que andar lado a lado, quando você em todas as suas atividades pode olhar pro lado e ver outra pessoa também caminhando então aí sim porque não caminhar juntos? O dono da fábrica tinha um pique, a moça também. O dono trabalhava incansavelmente, a moça também. Isso é a vontade de DEUS, lembra daquela parte que Ele disse – Te darei uma companheira que lhe seja idônea. Não que seja necessariamente as mesmas aptidões, mas no mínimo alguém que não morrerá de infarto ou tédio do seu lado.

Tudo é perfeito quando DEUS coloca a mão, depois daquela noite o homem saiu louco para assumir aquela mulher. E no final de tudo, ela ainda foi fiel a sogra. Rute, o nome dela, me encanta em todas as suas facetas. Fidelidade. Responsabilidade. Auxiliadora. Humildade. Beleza. Inteligência. Capacidade de ouvir conselhos e seguir. Com certeza, se eu fosse daquela época Boaz (seu marido) teria grandes problemas de concorrência. Sem querer, ela me influenciou violentamente na minha vida.

2 comentários:

  1. -.

    CadÊ as "Rutes" de hoje heinn..! ?
    =//
    rs

    Mtoo boomm..!

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  2. "me influenciou violentamente na minha vida." desde o início da leitura sabia quem era.. ela fez igual em mim. demais!!! retendo o que é bom, aqui ó! ahh saudades

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