terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sexo, a lenda urbana mais vendável da história.



Desejo é o que impulsiona o ser humano. Antes de desejar alguma coisa o ser humano é um ser morto de preguiça, sua motivação é levada pelas necessidades e para elas se realizarem o desejo tem que lhe ocorrer. Isso é uma premissa tão simples que funciona para tudo, inclusive para o sexo.

Sexo, SEXO, S-E-X-O. Quatro letras que perturbam, atiçam, impulsiona, intimidam. Para cada um ela levará um sentimento. E ao cruzar religião com sexo não há um citadino ocidental que não pense na palavra "pecado" no meio da nuvem de associações que sua mente fez. Vou nos poupar de falar sobre o motivo do porque desde eras antigas o sexo é visto sempre com maus olhos. Para falar exclusivamente de desejo. Todavia, não há nada melhor para introduzir do que esse belíssimo vídeo.



Agora vou lhes trazer uma pesquisa feita por Dan Ariely sobre excitação para que possamos repensar alguns mitos.

Sexo sem proteção, traição, menáge, sexo selvagem. São coisas que a maioria das pessoas diriam não fazer, e outras só de pensar em algumas hipóteses obviamente teriam um bom motivo de briga. Para descobrir se as pessoas em estado de extrema excitação poderiam mudar de ideia sobre coisas que lhe pareceriam óbvias, realizaram uma pesquisa com alunos de uma faculdade renomada. Assim, ao escolher os participantes foi-lhes dado um questionário para responder com a "cabeça fria" depois disso os convidaram a refazer o teste, só que dessa vez excitados. Bom, vejam os resultados:

"Em todos os casos, nossos brilhantes jovens responderam de maneira bem diferente quando estavam excitados e quando estavam de "cabeça fria". Nas 19 perguntas acerca das preferências sexuais, quando Roy e todos os outros participantes estavam excitados, previram que o desejo de praticar uma série de atividades um tanto extravagantes seria quase duas vezes maior (72% maior) do que quando fizeram as previsões de cabeça fria. Por exemplo, a ideia de desfrutar do contato com animais quando estavam excitados foi mais que duas vezes mais atraentes do que quando estavam "frios". Nas cinco perguntas sobre a propensão a atividades imorais, quando estavam excitados, previram que a propensão seria mais de duas vezes maior (136%) do que tinham previsto de cabeça fria. De maneira semelhante, no conjunto de perguntas sobre o uso de camisinha, e apesar dos avisos que ouviram com tanta insistência no decorrer dos anos acerca de sua importância, a previsão de abrir mão das camisinhas era maior na excitação do que com a cabeça fria. Em todos esses casos, deixaram de prever a influência da excitação sobre as preferências sexuais, a moralidade e o sexo seguro."
(ARIELLY, Dan. 2008, p. 79)

Então, duas coisas podemos retirar dessa pesquisa:

1º As pessoas em estado de excitação se transformam completamente. A excitação pode ser qualquer uma: no trânsito, ao receber algo ou até mesmo a sexual. O estado de êxtase pode fazer com que as pessoas reajam segundo instintos que outrora nem poderiam imaginar.

2º No caso sexual, a única forma de evitar com absoluta previsão de acerto, algo que não deveria acontecer é realmente evitando o próprio momento de acontecer.

Ou seja, se queremos que no carnaval as pessoas usem camisinha. Sim, elas terão que recebê-la antes. Por que na hora crucial será improvável o abandono para procurar uma farmácia. E quanto tratamos de religiosidade e abstinência?

O sexo por alguns é visto como pecado, outros vêem como pecado a multiplicidade de parceiros, há ainda a minoria que não vêem pecado em nada. Todavia, querer não fazer algo implica crucialmente em manter a cabeça fria. O êxtase tira o poder da própria das pessoas e dá aos seus instintos, que podem ser por ela desconhecidos. Então, acaba-se o mito do herói. O desejo é controlado até ser transformado em excitação e é daí ao êxtase. Você pode ter conseguido não fazer algo nesse estágio. Mas, enquanto brincar de herói acabará por descobrir a triste realidade de que você não irá conseguir fazer isso em todas as vezes.

Não vim falar de pecado ou liberdade, certo ou errado. Apenas de limites. Se deseja mantê-los já sabe como e se deseja quebrá-los basta fazer o contrário. Você é responsável pelas suas escolhas e não um post de um blog qualquer.





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